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Uma mulher de 38 anos foi morta a facadas pelo ex-marido na madrugada deste sábado (12) depois de passar na casa dele para buscar a filha de 3 anos, que havia sido levada da residência dela à força horas antes. O crime aconteceu em Samambaia, região administrativa do Distrito Federal. A filha mais velha da vítima, de 12 anos, a acompanhava no momento das agressões e testemunhou o homicídio. O suspeito não havia sido preso até a publicação desta reportagem.

 De acordo com a Polícia Civil, que investiga o caso, o ex esteve na casa de Tatiane Leal Ribeiro por volta de 2h. Ele arrombou a porta e levou a filha em comum do casal. Cerca de uma hora e meia depois, a mulher e a filha adolescente foram à casa do suspeito pedir pela devolução da criança. O homem se dirigiu ao portão e abriu a grade. Quando Tatiane entrou, ele sacou a faca e a agrediu diversas vezes.Ainda segundo a polícia, a garota de 12 anos tentou fazer com que o ex da mãe parasse de esfaqueá-la, sem sucesso. O homem fugiu de carro depois do homicídio e continua foragido. Em redes sociais, familiares lamentaram o crime e postaram imagens de luto.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, entre janeiro e julho de 2016 foram registrados 12 casos de feminicídio pelas polícias do DF. Depois desse período, houve pelo menos mais três ocorrências: o de uma mulher assassinada a tiros em 12 de setembro no Itapoã, depois de ser xingada de “vagabunda”; o de uma mulher de 42 anos agredida pelo marido a facadas em Ceilândia no dia 20 de setembro e o deste sábado.

A lei que qualifica o feminicídio entrou em vigor em março de 2015 e, a partir daquele mês, foram contabilizados cinco casos até dezembro. Os casos de feminicídio contabilizados pelo GDF registram apenas as ocorrências policiais em que há a qualificação do crime, não a totalidade das ocorrências.
O feminicídio é o homicídio cometido contra uma mulher que tenha como motivação discriminação ou violência doméstica e familiar. O Código Penal prevê de 12 a 30 anos de prisão pelo crime – tempo maior do que para homicídio. A punição pode ser aumentada se a vítima for gestante, menor de 14 anos ou maior de 60.

Casos de repercussão

A primeira condenação por feminicídio no Distrito Federal aconteceu em dezembro do ano passado, no Riacho Fundo. Um homem foi condenado a 34 anos de prisão por assassinar a companheira e o vizinho do casal a tiros.

Em março, dados do Atlas da Violência 2016 mostraram que o número de feminicídios subiu 15,4% entre 2004 e 2014 no Distrito Federal. Naquele mesmo mês, dois casos de feminicídio no DF ganharam destaque.

Em 10 de março, a estudante de biologia da Universidade de Brasília (UnB) Louise Ribeiro morreu em um laboratório da instituição. O ex-namorado – outro aluno da universidade – teria dopado a jovem com clorofórmio. Segundo a Polícia Civil, Louise morreu após ser forçada a ingerir o tóxico dentro do laboratório do curso.

Dois dias depois, um homem de 23 anos matou a ex-namorada, de 20, em Samambaia. Segundo a polícia, uma criança de 13 anos, primo da vítima, estava no local do crime, mas não sofreu ferimentos. O jovem atirou na mulher com um revólver calibre 38 no banheiro da casa dela, segundo a polícia. Depois, ele teria cometido suicídio.


G1
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