ECONOMIA

CUITEGI

FOTOS

EMPREGOS

Video

Neste domingo (24), o Papa Francisco presidiu, perante uma multidão de fiéis, a celebração da missa de Pentecostes. Recordando em sua homilia, a missão dos apóstolos e a missão dos homens e mulheres dos nossos tempos que são convidados a estar impulsionados pela força do Espírito Santo.

E fezendo memória das leituras lidas na liturgia do dia, destacando: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós (…) Recebei o Espírito Santo”, o Santo Padre falou da efusão do Espírito, dizendo que ela já teve lugar na tarde da Ressurreição, mas que se repetiu, e com sinais extraordinários, no dia de Pentecostes. E o resultado, segundo o Papa, foi a recepção de uma força imensa que os impeliu a anunciar, nas diferentes línguas, o evento da Ressurreição de Cristo.

“‘Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas’. Juntamente com eles, estava Maria, a Mãe de Jesus, primeira discípula, Mãe da Igreja nascente. Com a sua paz, com o seu sorriso e com a sua maternalidade, acompanhava a alegria da jovem Esposa, a Igreja de Jesus”, ensinou.

Para o Santo Padre, as pessoas e comunidade que estão repletas do Espírito Santo agem por três ações vindas dele: guiar para a verdade completa, renovar a terra e produzir os seus frutos, pois estas pessoas serão capazes de receber Deus, como diziam os Santos Padres.

Na verdade, explicou o Papa, no Evangelho Jesus promete aos seus discípulos o Espírito Santo que os “há de guiar para a verdade completa”, dizendo-lhes que a sua ação será introduzi-los sempre mais na compreensão daquilo que Ele, o Messias, disse e fez:

“Aos Apóstolos, incapazes de suportar o escândalo da Paixão do seu Mestre, o Espírito dará uma nova chave de leitura para os introduzir na verdade e beleza do evento da Salvação. Estes homens, antes temerosos e bloqueados, fechados no Cenáculo para evitar repercussões da Sexta-feira Santa, já não se envergonharão de ser discípulos de Cristo, já não tremerão perante os tribunais humanos.

 Graças ao Espírito Santo, de que estão repletos, compreendem “a verdade completa”, ou seja, que a morte de Jesus não é a sua derrota, mas a máxima expressão do amor de Deus; um amor que, na Ressurreição, vence a morte e exalta Jesus como o Vivente, o Senhor, o Redentor do homem, da história e do mundo. E esta realidade, de que são testemunhas, torna-se a Boa Notícia que deve ser anunciada a todos”.

O Espírito Santo, além de ser guia, renova a terra, prosseguiu o Papa, reiterando que Espírito que Cristo enviou do Pai e o Espírito que tudo vivifica são uma só e mesma pessoa. E por isso, o respeito pela criação é uma exigência da nossa fé: o “jardim” onde vivemos nos é confiado, não para o explorarmos, mas para o cultivarmos e guardarmos com respeito. Mas isto só será possível, se o homem se deixar renovar pelo Espírito Santo, se se deixar re-plasmar pelo Pai segundo o modelo de Cristo, novo Adão, para podermos viver a liberdade dos filhos em harmonia com toda a criação e, em cada criatura, podermos reconhecer o reflexo da glória do Criador.

Por último, o Espírito “dá os seus frutos, disse ainda o Papa, citando a Carta aos Gálatas na qual São Paulo mostra o “fruto” que se manifesta na vida daqueles que caminham segundo o Espírito:

“Temos, duma parte, a ‘carne’ com o cortejo dos seus vícios elencados pelo Apóstolo, que são as obras do homem egoísta, fechado à ação da graça de Deus; mas, doutra, há o homem que, com a fé, deixa irromper em si mesmo o Espírito de Deus e, nele, florescem os dons divinos, resumidos em nove radiosas virtudes que Paulo chama o ‘fruto do Espírito’”.

O mundo tem necessidade de homens e mulheres que não estejam fechados, mas repletos de Espírito Santo, disse ainda o Papa, acrescentando que o fechamento ao Espírito não apenas é falta de liberdade, mas também pecado, e elencando os modos como nos podemos fechar ao Espírito:

“Há muitas maneiras de fechar-se ao Espírito Santo: no egoísmo do próprio benefício, no legalismo rígido, como a atitude dos doutores da lei que Jesus chama de hipócritas; na falta de memória daquilo que Jesus ensinou, no viver a existência cristã não como serviço mas como interesse pessoal, e assim por diante. O mundo necessita da coragem, da esperança, da fé e da perseverança dos discípulos de Cristo. O mundo precisa dos frutos do Espírito Santo: ‘amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio’”.

O dom do Espírito Santo foi concedido em abundância à Igreja e a cada um de nós, para podermos viver com fé genuína e caridade operosa, para podermos espalhar as sementes da reconciliação e da paz, disse o Papa a concluir, invocando para que, fortalecidos pelo Espírito e seus múltiplos dons, nos tornemos capazes de lutar, sem abdicações, contra o pecado e a corrupção e dedicar-nos, com paciente perseverança, às obras da justiça e da paz.
Rádio Vaticana
3
0 Comentários