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Pacientes ficam amontoados uns sobre os outros
A concentração de médicos nos grandes centros acompanha a de outros profissionais de saúde, como dentistas e enfermeiros, e a de unidades de saúde. Onde falta um, faltam os outros.

É o que o mostra um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, que se baseou em dados da AMS (Assistência Médico-Sanitária) do IBGE, que conta os postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde.

“Além da falta desses profissionais, eles estão mal distribuídos. [Com o Mais Médicos], o governo alude em relação ao problema e responde com ilusão”, afirma Jairnilson Silva Paim, professor titular de políticas de saúde da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

“O médico nunca trabalha sozinho, precisa de uma equipe, de condições objetivas para uma carreira de trabalho, de salário digno e de condições para exercer a profissão. É impossível achar que um médico sozinho vai dar conta do recado”, diz Paim. 

Embora o Brasil concentre 20% dos dentistas de todo o mundo, a distribuição interna é desigual. A presença do pessoal de enfermagem segue a mesma tendência e está diretamente ligada à dos médicos.

Nos Estados do Sul e do Sudeste, há uma média de quatro a cinco médicos por profissional de enfermagem. No Norte e do Nordeste, essa relação cai pela metade.

Revalida concentra no Sul

Médicos estrangeiros que trabalham no país com diplomas revalidados tendem a se concentrar nos mesmos grandes centros que os colegas brasileiros: 42,2% estão no Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais). 

Essa foi uma das razões apontadas pelo governo federal para dispensar do exame de revalidação (Revalida) os estrangeiros selecionados no “Programa Mais Médicos” e determinar os locais onde eles vão atuar. 

Historicamente, o Brasil sempre atraiu poucos médicos estrangeiros. Na publicação “Demografia Médica no Brasil” mostra que eles não chegam a 2% do total de 388.015 médicos com registros ativos no país. 

Isso ainda contando com os brasileiros que se formam no exterior (64,8% do total de 7.284 que têm diplomas estrangeiros). A maioria se formou na América Latina, sendo a Bolívia o país com maior presença (880 médicos, ou 12% do total de estrangeiros). Só 3,1% vieram de Cuba. 

Cerca de 80% desses médicos não têm título em nenhuma especialidade. 

Revalida 

O estudo também mostra que, depois da implantação do exame nacional Revalida, em 2010, pelo governo federal, caiu ainda mais a vinda de estrangeiros. 

Em 2012, só houve 121 registros, o menor número desde 2000, início do levantamento. O pico tinha sido em 2004, com 830 registros.
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