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Socorrista do Samu
A revista Época fez uma matéria denunciando neste sábado (20) um esquema que ao invés de doentes, as ambulâncias do Samu serviam para desviar verbas federais, transportar armas e até traficar drogas. A prefeitura enviou uma nota onde afirmou que a Secretaria de Saúde de João Pessoa abriu processo administrativo desde o mês de agosto para apurar denúncias formuladas pelo socorrista e o funcionário Gilmore Lins, responsável pelo regime de plantões do Serviço, também já foi afastado das suas funções.De acordo com matéria, a Polícia Federal está investigando um esquema de vendas de plantões entre os funcionários. Eles fazem escalas mensais de dez plantões e recebem por 25. Uma pequena parte do dinheiro, o equivalente a cinco turnos, fica com o funcionário. O restante vai para seus chefes. “É desvio de verbas”, diz o delegado federal Felipe Alcântara, responsável pelo caso.

A denúncia foi feita por um dos motoristas socorristas do órgão, Valdemir Santos Evaristo, de 34 anos. Ele disse que foi convidado a participar da quadrilha pelo seu chefe direto o ex-policial militar, José Leonardo Alves e também pelo responsável pela escala de plantão do Samu de João Pessoa, Gilmore Lins. Depois da recusa, o denunciante relata que sua vida virou um inferno.
“Recusei, e minha vida virou o inferno”, disse o socorrista

Entenda o esquema de plantões do Samu

O esquema de vendas de plantões entre os funcionários funcionava da seguinte forma: Eles faziam escalas mensais de dez plantões e recebiam por 25. Uma pequena parte do dinheiro, o equivalente a cinco turnos, fica com o funcionário. O restante vai para seus chefes.

Segundo Evaristo, muitos chamados de socorro da população deixavam de ser atendidos porque as equipes estavam de plantão só no papel. Recebiam como se tivessem trabalhado, mas não estavam lá quando ocorriam as emergências. Outras vezes, os doentes deixavam de ser resgatados porque as ambulâncias eram usadas para fins particulares, como para levar os filhos dos funcionários à escola ou fazer compras.

Ele também relatou que as ambulâncias do Samu também eram usadas para traficar armas e drogas. “Isso era feito de noite e nos fins de semana. A gente via os carregamentos de pistolas e revólveres três ou quatro vezes por mês. Era tudo novinho. A droga era uma coisa mais escondida. No prazo de um ano, só vi oito ou dez vezes”, disse o socorrista. Segundo ele, os carregamentos incluíam tabletes de maconha, trouxas de cocaína e pedras de crack.

Nota da prefeitura

Afastamento
 Secretaria de Saúde abriu processo administrativo desde agosto sobre denúncia no Samu e afastou servidor envolvido
 A Secretaria de Saúde de João Pessoa (SMS-JP) abriu processo administrativo desde o mês de agosto para apurar denúncias formuladas pelo motorista socorrista Valdemir Santos Evaristo, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Região Metropolitana de João Pessoa, tão logo o servidor comunicou as suspeitas a secretaria. O funcionário Gilmore Lins, responsável pelo regime de plantões do Serviço, já foi afastado das suas funções.

As medidas foram tomadas mesmo sem a abertura de inquérito por parte da Polícia Federal, que ainda não decidiu se os argumentos apresentados pelo denunciante se constituem de material suficiente para abertura de procedimento investigativo, conforme a corporação informou formalmente à SMS.  

O motorista socorrista denunciou suposto esquema de vendas de plantões entre funcionários do Samu na Capital paraibana. O motorista alegou ainda que as ambulâncias seriam usadas para outros fins, que não apenas prestar socorro.

 A revista Época publicou matéria sobre o caso, nessa sexta-feira (20), na qual afirma que a SMS deu respostas contraditórias às denúncias formuladas por Evaristo. Mas a informação é a mesma que foi dita anteriormente à revista: a Polícia Federal (PF) notificou a secretaria para que prestasse informações a respeito de denúncia relacionada ao Samu; as informações foram repassadas pelo próprio Samu à PF, e a secretaria aguarda um parecer da corporação sobre abertura ou não um inquérito. Além disso, a SMS afastou os funcionários envolvidos, que hoje sofrem processo administrativo interno.

Na reportagem há ainda um equívoco: os repórteres citam o funcionário Gilmore Lins como sendo coordenador administrativo do Samu de João Pessoa. Mas ele era responsável pela escala de plantões, não pela coordenação administrativa do serviço.

Por Jean Ganso, Com Portal Correio
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