Dezenas de milhares de peregrinos se dirigiam nesta terça-feira (3) ao mausoléu de um imã venerado pelos muçulmanos xiitas em Bagdá, apesar da ameaça de atentados.
A
peregrinação, que já foi alvo nos últimos dias de dois ataques que
deixaram 37 mortos, é realizada em meio a fortes medidas de segurança.
As
principais avenidas da capital iraquiana estão fechadas devido às
celebrações pelo aniversário da morte em 799 do imã Musa al Kazim, cujo
mausoléu está localizado no bairro de Kazimiyah. Kazim foi o sétimo dos
12 imãs venerados pelo Islã xiita.
“Esta peregrinação é uma
derrota para o terrorismo”, disse Mohamed Nayef, um fiel de 32 anos.
“Não temos medo das explosões, nada poderá nos deter”.
Segundo um diretor do mausoléu, “milhões” de pessoas participaram nos últimos dias desta peregrinação que termina nesta terça.
As
celebrações foram alvo na segunda-feira de um ataque com carro-bomba,
que deixou ao menos 14 mortos e 41 feridos, segundo as autoridades
iraquianas. Entre as vítimas há mulheres e crianças.
Dois dias antes, 23 pessoas morreram em um ataque similar em um bairro periférico de Bagdá.
Nenhum
dos dois atentados foi reivindicado, mas o grupo jihadista sunita
Estado Islâmico costuma lançar ataques deste tipo contra a comunidade
xiita, considerada herege por ele.
O grupo extremista reivindicou
um duplo atentado suicida com carro-bomba que deixou no domingo 33
mortos em Samawa, uma localidade do sul do Iraque de maioria xiita.
O
EI sunita, um dos principais braços do Islã junto ao xiismo, controla
amplos territórios a oeste e ao norte de Bagdá, a capital do Iraque, mas
está perdendo espaço diante do avanço das tropas iraquianas, que contam
com o apoio da coalizão internacional sob o comando americano.
Esta
peregrinação também ocorre em meio a uma importante crise política em
Bagdá. Milhares de manifestantes ocuparam o Parlamento durante várias
horas neste fim de semana para exigir um novo governo capaz de aplicar
reformas anticorrupção.
G1