Salah Abdeslam, acusado de ser um dos autores dos atentados de Paris
em 13 de novembro do ano passado, reclamou nesta sexta-feira (20),
através de seu advogado, das condições de vigilância às quais está sendo
submetido na prisão. Sua cela é filmada de forma ininterrupta.
Nesta
sexta, Abdeslam se negou a prestar depoimento perante o juiz instrutor
em Paris. Os atentados do ano passado deixaram 130 mortos na capital
francesa.
O advogado de Abdeslam, Frank Berton, explicou aos
veículos de imprensa no Palácio de Justiça de Paris que o comparecimento
de seu cliente tinha terminado, que não queria prestar depoimento
perante o juiz e que faria isso mais adiante.
Sobre as razões de
sua recusa de responder às perguntas do instrutor, Berton explicou que
ele estava “particularmente perturbado” pelas condições de
vídeo-vigilância a qual está submetido na prisão de Fleury Merogis, nos
arredores da capital.
O advogado destacou que tem intenção de
escrever ao ministro da Justiça para que modifique o dispositivo de
vigilância, que a seu parecer é “ilegal”.
Além dessas explicações,
o certo é que Abdeslam parece se comportar como já fez enquanto esteve
detido na Bélgica, quando por um lado mostrava -através de seus
advogados- disposição a colaborar com a Justiça, mas depois ficava em
silêncio diante dos magistrados.
Berton, que se encarrega de sua
defesa desde que o terrorista está em mãos das autoridades francesas,
tinha anunciado previamente que Abdeslam queria se explicar.
Este
francês de origem marroquina de 26 anos foi detido em Bruxelas em 18 de
março e transferido para a França em 27 de abril. Ele é acusado de
participação nos ataques de 13 de novembro que deixaram 130 pessoas
mortas e centenas de feridas.
G1