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Internautas usaram as redes sociais nos últimos dias para denunciar que um homem os feriu com uma agulha em áreas públicas de João Pessoa. Os ataques teriam ocorrido em um ônibus que faz a linha Bancários/Pedro II/Epitácio e na Avenida Epitácio Pessoa. As vítimas têm medo de estar infectadas pelo vírus HIV ou outras doenças.

O primeiro caso teria acontecido na sexta-feira (20). Segundo relato de uma professora, era por volta das 6h30 quando ela, a caminho da escola onde trabalha, foi ferida em um ônibus. “Quando senti a picada, pensei que fosse algum alfinete na minha roupa, mas ao verificar vi que meu braço estava sangrando muito. Um passageiro chamou minha atenção e disse: “Foi aquele rapaz que desceu agora””, conta a mulher, ao Portal Correio.

Ela lembra que o agressor era moreno claro, de altura mediana e não muito magro. “Não consegui ver com detalhes, até porque fiquei muito atordoada”, diz. Ao chegar à escola onde trabalha, a vítima foi tranquilizada por colegas e orientada a procurar o Hospital Clementino Fraga para receber medicamentos e realizar exames.

“Fiz o teste rápido de HIV e deu negativo, mas mesmo assim tenho que tomar um coquetel preventivo por 28 dias. Depois terei que fazer os exames de novo, para descartar de vez a infecção pelo vírus. Também estou tomando vacinas contra hepatite e outras doenças transmitidas pelo sangue”, diz a professora, que tem faltado as aulas devido aos efeitos colaterais dos remédios. “Sinto muito enjoo e tontura”, reclama.

A professora diz ainda que prestou queixa do caso na Delegacia Especializada em Apoio à Mulher. 

“Lá me informaram que não fui a primeira a denunciar ataques desse tipo”, conta. O caso tem sido compartilhado em grupos no WhatsApp para que passageiros de ônibus fiquem atentos.

Pelo Facebook, um funcionário de um hospital particular situado na Avenida Epitácio Pessoa disse ter sido agredido por um homem magro, com aproximadamente 1,70 de altura, que vestia camisa branca e bermuda estilo surfista. O internauta relatou que ia a pé para uma padaria que fica próximo ao hospital quando foi atingido. O caso teria acontecido na segunda-feira (23).

“Ele correu em minha direção e esbarrou em meu braço esquerdo. Fui à padaria e ao chegar lá senti meu braço levemente dolorido. Quando fui verificar, percebi que estava furado e dolorido, como se tivesse recebido uma injeção”, conta.

A vítima relata ainda que ficou desesperado ao perceber que poderia ter sido infectado pelo vírus HIV. “Fiquei branco, suando, a pressão baixou. Caí num choro descontrolado”, lembra. “Respirei fundo e fui fazer o que deveria ser feito. Fui ao Hospital Clementino Fraga para o pronto atendimento. O primeiro exame deu negativo. Aguardarei o próximo que será em julho”, completa.

O internauta encerrou a postagem com um alerta: “Se já tínhamos que tomar cuidado antes, agora temos muito mais”.

A diretora do Hospital Clementino Fraga, Adriana Teixeira, confirmou que as vítimas passaram por avaliação médica e já iniciaram tratamento para barrar uma possível infecção. Ela alertou para possíveis efeitos colaterais da medicação, mas ressaltou que o vírus HIV é extremamente sensível a meios externos e dura pouquíssimo tempo fora do organismo humano. “Eles deverão sentir alguns efeitos colaterais, como diarreia, náuseas e vômito, mas estamos esperançosos de que o contágio será evitado”, disse.

Jean Ganso/Portal Correio
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