O chefe do escritório de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad
al-Hussein, falou em “crime de guerra” ao comentar, neste sábado (3), o
bombardeio que atingiu um hospital da organização Médico sem Fronteiras
(MSF) em Kunduz, no norte do Afeganistão. Ao menos 19 pessoas morreram.
“Esse
evento profundamente chocante deve ser rapidamente, profundamente e
independentemente investigado, e seus resultados devem ser tornados
públicos”, disse Zeid Ra’ad al-Hussein em um comunicado. “A seriedade do
incidente é ressaltada pelo fato de que um bombardeio contra um
hospital pode ser considerado um crime de guerra.”
Para ele, o incidente “extremamente trágico, sem desculpas e possivelmente até criminoso”.
“A
aviação militar afegã e internacional tem a obrigação de respeitar e
proteger os civis o tempo todo, e as instalações médicas e seu pessoal
são objeto de proteção especial.”
Entre os mortos. estão 12
funcionários da organização, quatro pacientes adultos e três crianças.
Outras 37 pessoas ficaram feridas – entre elas 19 funcionários.
O
MSF disse em nota que todas as partes envolvidas no conflito no país
foram informadas sobre a localização precisa de seu hospital e de outras
instalações do grupo. Ainda de acordo com o MSF, o bombardeio continuou
por 30 minutos mesmo após militares dos EUA e afegães terem sido
informados sobre o ataque.
O estabelecimento da MSF em Kunduz é um
centro hospitalar importante na região e estava funcionando além de sua
capacidade durante os recentes combates entre o exército e os talibãs,
que assumiram o controle da cidade durante vários dias.
“O centro
de traumatologia da MSF em Kunduz foi atingido várias vezes durante um
bombardeio prolongado e ficou muito danificado”, informou a ONG em um
comunicado. “Confirmamos a morte de nove membros da MSF durante o
bombardei (…) 37 pessoas estão gravemente feridas e se desconhece o
paradeiro de muitos funcionários e pacientes”, acrescenta o texto.
No
momento do bombardeio, 105 pacientes e pessoal sanitário e mais de 80
funcionários internacionais e locais se encontravam no hospital.
A organização informou na véspera que 59 crianças estavam sendo atendido no centro.
G1