O banco de leite materno do Hospital Regional de Guarabira, no
Agreste paraibano, está com um estoque maior do que a quantidade
consumida na região. Um projeto implantado na unidade hospitalar tem
ajudado mães de outras regiões do estado a receber o leite doado por
moradoras do município. Segundo a idealizadora do projeto, a enfermeira
Josefa do Nascimento, atualmente o hospital tem no banco uma média de 90
litros por mês, mas consome apenas cinco litros.
Zefinha, como Josefa é conhecida entre os funcionários, é enfermeira
da unidade hospitalar há 14 anos. Atualmente ela trabalha no alojamento
conjunto, com as mães que acabaram de ter filhos. Em janeiro deste ano o
hospital estava sem reserva de leite humano, então ela e outros
funcionários resolveram dialogar com as mães sobre a importância da
doação. Um mês depois o hospital começou a construir o estoque.
“Quando identificamos mães com bastante leite, a gente vai e explica
pra elas sobre a importância do aleitamento materno, que supre todas as
necessidades dos bebês. Após isso, fazemos a coleta e transferimos para o
banco”, diz.
De acordo com a diretora do banco de leite humano de Guarabira,
Daniele Meireles, como a oferta de leite é maior do que a procura no
município, a cidade repassa a diferença para outras regiões do estado.
“Toda nossa transferência tem que passar pelo Centro de Referência, em
João Pessoa. Os outros hospitais fazem o contato conosco e conversamos
com o centro para viabilizar a transferência e suprir a necessidade dos
outros hospitais”, explica.
Segundo o diretor geral do Hospital Regional de Guarabira, Cleonaldo
Freire, para que o banco funcione da forma como foi pensado, é preciso
criar uma sintonia entre o hospital e as mães. “É feito um trabalho de
coleta externa para que a mulher se sinta acolhida. É feito um trabalho
de humanização tanto no hospital quanto após ela receber alta”, diz.
As coletas do leite acontecem no hospital e também através de
solicitação, quando a equipe do banco vai até a casa da doadora. Após
coletado, o leite passa por um processo de pasteurização, quando é
esterilizado para eliminação de microorganismos nocivos à saúde dos
bebês. “Com este processo feito, a gente sabe que o leite está 100%
pronto e pode distribuir para as crianças que estão nos hospitais”,
explica o técnico de laboratório George de Mesquita.
A matéria completa foi levada ao ar nesta segunda-feira (27) em
telejornal da TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo de Televisão na
Paraíba, com reportagem da jornalista Sílvia Torres.
Fonte: G1 Paraíba