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Um dos suspeitos de envolvimento com a morte de uma criança de 5 anos em Sumé, na Borborema paraibana, foi morto na madrugada desta sexta-feira (16) em uma cela do complexo penitenciário PB1, em Jacarapé, em João Pessoa, ligado à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Segundo informações da direção do presídio, o padrasto da criança assassinada, que estava preso na mesma cela e também é investigado pela morte do menino, é o suspeito de ter estrangulado e matado o outro detento.

Ainda de acordo com o diretor do presídio PB1, Leandro Batista, o padrasto assumiu em depoimento à polícia que matou o suspeito após ouvir um relato com detalhes da morte do seu enteado. “A vítima, que era deficiente mental, deu detalhes do que teria feito com a criança. O padrasto contou que perdeu o controle e o atacou. Apenas os três presos neste caso estavam nesta cela”, comentou o diretor.

O padrasto, o homem que tinha deficiência mental e o vizinho da criança, presos por suspeita de envolvimento com o assassinato e a mutilação do corpo do menino de cinco anos, foram transferidos para o presídio de João Pessoa na quinta-feira (15). Os três homens foram presos na noite de terça-feira (13) suspeitos de terem matado e mutilado o corpo da criança de cinco anos. A mãe da criança também está sendo investigada pela morte e também está presa no Presídio Júlia Maranhão.

Conforme Leandro Batista, o Samu chegou a ser chamado para prestar socorro, mas quando entrou no presídio, o detento já estava morto. O terceiro suspeito de envolvimento com o homicídio, afirmou à polícia que estava dormindo e não viu a morte do colega de cela. O corpo foi periciado por uma equipe do Instituto de Polícia Científica (IPC) e encaminhado para Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol), na capital paraibana.

“Nas primeiras análises do corpo, não houve luta entre o padrasto e o deficiente mental. Ao que tudo indica, o padrasto teria se aproveitado de um momento de distração e estrangulado o outro suspeito. Ele prestou depoimento e voltou no início da manhã desta sexta-feira ao presídio”, comentou o diretor do PB1. Leandro Batista completou também que os três suspeitos do caso foram colocados na mesma cela pois não havia, aparentemente, riscos à integridade dos suspeitos.

“Conseguimos uma cela separada para que os três não tivessem contato com os demais detentos. E até então, não tínhamos detectado nenhum problema entre eles, ou chegado até nós algum pedido de mudança por ameaça de morte ou alguma briga entre os três”, comentou.

Transferência para João Pessoa

Os quatro suspeitos de terem matado uma criança de 5 anos em Sumé, no Cariri paraibano, foram transferidos na noite da quarta-feira (14) para presídios de João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, a decisão foi tomada após o diretor da Cadeia da Pública de Monteiro, cidade onde eles estavam detidos, informar que os detentos ameaçavam fazer uma rebelião caso os suspeitos continuassem presos na unidade.

Ainda de acordo com a polícia, a transferência para os presídios da capital foi concluída na madrugada desta quinta-feira (15). A mãe da criança foi encaminhada para a Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, na Zona Sul de João Pessoa. O padrasto, o vizinho e o outro homem foram levados para o Complexo Prisional de Jacarapé, o PB1.

O delegado seccional de Monteiro, João Joaldo, explica que a transferência foi para a segurança dos suspeitos. “Houve uma conversa lá dentro da cadeia e o diretor de lá ficou sabendo. Eles disseram que se colocassem os suspeitos lá, eles iriam matar todos, colocar fogo nos quatro. A gente não tem como recolhê-los então na cadeia de Monteiro”.

Prisão temporária

O pedido do delegado do caso foi atendido e a Justiça da Paraíba decretou na terça-feira (14) a prisão temporária do padrasto e da mãe da criança encontrada morta e mutilada na cidade de Sumé. Na decisão, o magistrado Marcos Aurélio Pereira Jatobá Filho argumenta a necessidade da prisão temporária dos suspeito, como forma de propiciar melhores condições de esclarecimento do caso.

Linhas de investigação

Inicialmente, a polícia trabalha com três linhas de investigação. Uma das hipóteses é de que a criança teria sido assassinada durante um ritual macabro, em que o padrasto possivelmente estaria envolvido. Com relação à mãe da criança, a polícia diz ainda não saber se ela teria participado do ritual, mas investiga também se a negligência nos cuidados com o menino teriam influência na morte.

“Uma das linhas de investigação tem relação com esse fato de magia negra, na qual o padrasto, segundo informações da mãe, teria envolvimento com pessoas que trabalham com esse tipo de ritual”, disse o delegado.

Outra hipótese levantada pela polícia é de que um dos detidos, que era vizinho e amigo do padrasto da criança, teria assassinado o menino por vigança, já que ele teria sido preso após um depoimento da mãe da criança.

“Uma outra hipótese envolve a família, a mãe, o padrasto e esse amigo do padrasto. Anteriormente, a mãe desse menino foi testemunha em uma ocasião em que esse amigo desse padrasto foi preso e ele disse que queria se vingar dessa pessoa. Então uma hipótese é que essa criança foi morta para fazer um mal a sua mãe”, completou.

Já a outra pessoa detida é um deficiente mental que mora na cidade. Ele foi visto por testemunhas próximo à criança no momento do desaparecimento e também quando o corpo foi encontrado

“Essa quarta pesssoa que foi presa, trata-se de um deficiente mental que foi visto com a criança momentos antes do horário estabelecido do seu desaparecimento e que também foi visto pelo padrasto e por uma outra testemunha, próximo ao cadáver da criança quando veio a público o encontro desse cadáver”, finalizou.

Jean Ganso/G1
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