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Dividida entre quem quer se manter sob a tradicional hegemonia russa e quem quer aderir à União Europeia, a Ucrânia teve ontem um dia de confrontos e violência, com pelo menos 20 mortos no ápice de três meses em que a oposição protesta permanentemente contra o governo que rejeitou a aproximação com o Ocidente

A figura de linguagem "um país em chamas" se tornou literal nesta terça-feira na Ucrânia. Uma Kiev incendiada e o resultado de pelo menos 18 mortes em meio a confrontos tornaram o país centro-europeu, de terras férteis e 40 milhões de habitantes, a imagem de uma conflagração na qual resta dividido entre quem quer continuar sob a influência russa ou quem protesta pedindo a adesão à União Europeia (UE).
Leia mais:
>> Polícia lança violento ataque contra manifestantes em KievA tragédia de uma terça-feira que entrará para a história da Europa ocorreu horas depois de a Rússia ter liberado US$ 2 bilhões em ajuda ao país que tenta manter na sua órbita de influência.
Sob uma temperatura próxima do 0ºC, a tropa de choque avançou sobre milhares de manifestantes, utilizando-se de gás lacrimogêneo e canhões de água para forçá-los a sair da Praça Independência, onde nos últimos dias haviam ocorrido protestos. De outro lado, os oposicionistas respondiam com coquetéis molotov e pedras. Tentavam colocar fogo nas barricadas de madeira e pneus anteriormente montadas.
Antes disso, cerca de 2 mil opositores haviam retomado a ocupação de prédios públicos na cidade e atacado a sede do Partido das Regiões, ao qual o presidente, Viktor Yanukovich, é filiado.
O confronto ocorreu no dia em que o parlamento discutiria uma reforma constitucional que limita o poder do presidente. Aliados do governo, porém, impediram a entrega da proposta, o que provocou insatisfação entre os manifestantes que vêm protestando contra o governo.
Atos de exceção, uma ameaça
No dia anterior, em um gesto que parecia ser de boa vontade em relação aos oposicionistas, haviam sido retiradas as acusações que recaíam contra 234 manifestantes presos desde novembro. Os opositores desocuparam prédios estatais em Kiev numa medida destinada a favorecer a libertação dos ativistas.
Durante o dia de ontem, o metrô de Kiev foi fechado, e o tráfego em direção à Praça Independência foi bloqueado na capital ucraniana.
A onda de protestos na Ucrânia teve início em novembro passado, quando Yanukovich desistiu de um acordo comercial alinhavado com a UE por pressão da Rússia, sua maior aliada. O gesto enfureceu parte da população identificada com a Europa e luta por mais direitos civis e liberdades individuais na ex-república soviética.
Depois dos enfrentamentos de ontem, cresce o receio de que o estado de emergência seja declarado e o exército, que vem se mantendo ao largo dos protestos, intervenha com força, configurando a tão temida guerra civil no país que separa a Rússia da Europa ocidental.
ZERO HORA, COM AGÊNCIAS - KIEV

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