A pouco mais de cem dias para a Copa 2014, seis estádios ainda não foram inaugurados e se tornaram motivo de preocupação para a Fifa e para torcedores de todo o mundo. Até o principal organizador da Copa do Mundo de 2010, Danny Jordaan, admite que a situação das áreas brasileiras merece especial atenção devido ao prazo apertado.
Em entrevista exclusiva ao R7, o CEO do Comitê Organizador da Copa de 2010 e atual presidente da Associação de Futebol da África do Sul alerta que as autoridades brasileiras e as empreiteiras responsáveis pelas obras “devem se comprometer e finalizar tudo dentro do prazo”. Jordaan avisa que, na África do Sul, as arenas foram entregues a três meses da Copa.
— Acho que agora é muito tarde para discutir o que está atrasado porque os ingressos já estão sendo vendidos e as pessoas de todo o mundo já estão vivendo a expectativa de uma Copa do Mundo do Brasil. Então, há muita excitação por parte dos torcedores, e o Brasil tem que entender que não pode desapontar essas pessoas de todo o mundo. Por isso, é tão importante completar tudo o que falta agora.
Jordaan admite que soube das críticas aos estádios construídos em regiões brasileiras onde não há clubes de grande expressão — casos de Manaus (AM) e Cuiabá (MT). No entanto, o sul-africano avisa que a Copa do Mundo não se resume apenas aos estádios.
— O investimento nessas cidades não se dá só na construção de estádios, mas também em acessos viários e aeroportos, por exemplo. Nós temos que ter uma visão de longo prazo para esses locais, embora eu saiba que, em locais como Manaus, os times são de segunda divisão e que os estádios recebem média de 20 mil torcedores por jogo. E agora eles têm um estádio gigante.
Apesar do atraso excessivo de algumas obras — casos da Arena da Baixada, em Curitiba (PR), e a Arena Pantanal, em Cuiabá (MT) — e da possibilidade de o Brasil ter construído ‘elefantes brancos’, sediar o Mundial de futebol pode significar um legado positivo, sobretudo para países em desenvolvimento. Assim foi na África do Sul e Jordaan espera que seja o mesmo no Brasil.
— Em economias emergentes, sediar uma Copa do Mundo é uma oportunidade, focando em áreas como aeroportos, novas tecnologias, desenvolvimento da rede rodoviária. A Copa do Mundo também nos ajudou no crescimento do turismo e na abertura de novos mercados. Também nos ajudou a fortalecer os laços sociais e tornar a África do Sul um país ainda mais unido, com um projeto de construção ainda com a presença de Nelson Mandela.
Apesar dos problemas que o Brasil enfrenta com as obras das arenas e da desconfiança dos torcedores em geral, o principal responsável pela Copa da África do Sul prefere manter o otimismo.
— Será uma Copa do Mundo interessante para vocês. Depois da Copa de 1950, vocês farão uma bela Copa do Mundo em 2014.
Da Redação: Com R7.com