A Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB, entidade de defesa dos
direitos e interesses da magistratura paraibana, vem a público
manifestar alguns esclarecimentos acerca de notícias que tratam de
episódio ocorrido no Fórum da cidade de Alagoinha (PB), envolvendo a
juíza daquela comarca, Inês Cristina Selbmann, e policiais que ali
prestavam serviço, no último dia 11 de fevereiro:
1- Diante da acusação de uma invasão de domicílio, a juíza Inês Cristina
Selbmann, no pleno exercício de sua função e tomando medidas
emergenciais diante de um fato que necessitava de averiguação, solicitou
aos policias, por meio de ordem verbal, que conduzissem um acusado até o
Fórum da cidade de Alagoinha, no intuito de ouvi-lo sobre o caso em que
estava sendo envolvido.
2- Os policiais recusaram-se a cumprir a ordem judicial, apesar desta
ser legítima e legal. A juíza repetiu a ordem, tendo seu pedido negado
novamente. A magistrada acionou, através da gerência do Fórum, o
Sub-tenente Ivanildo da Silva Luiz, que escutou a ordem judicial por
telefone e orientou o policial a cumprir a ordem verbal da magistrada,
pois tratava-se apenas de uma condução e não de uma prisão. Mesmo assim,
o cabo insistiu em desobedecer.
3- Após confirmar, em conversar mantida com o policial em seu gabinete,
que o mesmo teria se negado a cumprir sua ordem judicial, a magistrada
determinou a ordem de prisão, solicitando ao Tenente que ali acompanhava
o procedimento, que o policial fosse desarmado, jamais tendo orientado
que fossem utilizadas algemas. Tendo ele próprio se algemado.
4- A ordem de prisão por desacato a autoridade, direcionada a um segundo
policial, também da guarnição que prestava serviço no dia do ocorrido,
ocorreu em virtude do mesmo, ao acompanhar a prisão do colega, ter
tratado a magistrada de maneira hostil e utilizando-se de tom de voz
alterado, irônico e debochado. A magistrada também solicitou que este
policial fosse apenas desarmado, após a voz de prisão, porém, o mesmo
também se algemou.
5- Diante da resposta hostil dos policiais e da situação em vê-los
algemados, para evitar a exposição destes, a juíza entrou em contato com
o Coronel do 4º Batalhão de Guarabira, pedindo para que este fosse ao
Fórum tomar as providências cabíveis. Logo em seguida, o Coronel Valério
da Silva chegou para tomar conhecimento dos fatos, tendo conversado com
a magistrada, retirado as algemas dos policiais e os conduzido ao
Batalhão do 4º BPM.
6- A Associação dos Magistrados da Paraíba esclarece à população que,
sobretudo no âmbito da Paraíba, temos uma magistratura séria, decente e
pautada no principio da decência e do trabalho com êxito. Assim, são
totalmente descabidas toda e qualquer acusação a magistrada que atua na
referida Comarca. Sendo repudiante qualquer atitude que tente fazer
desacreditar o trabalho da justiça paraibana junto à opinião pública,
posto que a mesma vem cumprindo seu papel de maneira justa, reta e
exemplar.
7- A AMPB lamenta ainda o fato da juíza não ter sido ouvida pelos
portais de notícias, que publicaram apenas a versão dos policiais
envolvidos no caso. É preciso atentar para que as notícias veiculadas
não venham, sob o calor das discussões das partes, colocar em descrédito
o Poder Judiciário perante a sociedade.
8- Esta Associação espera, também, que prevaleça o respeito ao Poder
Judiciário e a seus juízes, com resguardo da justiça, da ordem
democrática e da independência da magistratura e, por fim, informa que
disponibilizará a magistrada a assessoria jurídica da Entidade para que
sejam tomadas as medidas judiciais necessárias para assegurar o direito à
honra e à independência da juíza, consagrados no Sistema Global de
Proteção dos Direitos Humanos.
João Pessoa, 14 de fevereiro de 2014.
Juiz Horácio Ferreira de Melo Júnior
Presidente da AMPB
PERAI... E SE O SUSPEITO RECUSA-SE A ACOMPANHAR OS POLICIAIS? ELES NÃO PODERIAM OBRIGA-LO, JÁ QUE NADA ESTAVA POR ESCRITO..... DESCUPE MAIS DE BOCA SÓ BEIJO
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