Mayara é estudante de direito, foi candidata a vereadora na última eleição e é filha do vice-prefeito de Mari
Momento da prisão de Mayara
O itaporanguense Luiz Júnior da Silva e sua esposa Auricélia, que residem na Av. Getúlio Vargas, em Itaporanga, viveram momentos de aflição ao tomar conhecimento que o filho de 6 meses, que se encontrava com a avó materna no sítio Várzea da Cruz, município de Boa Ventura, havia sido sequestrado no começo da noite dessa sexta-feira, 6, mas, em menos de 40 minutos, homens do destacamento local da Polícia Militar conseguiram resgatar a criança e prender a acusada. O reencontro dos pais com o menino ocorreu na delegacia de Itaporanga, para onde a mulher, o namorado dela e o bebê foram levados.
O reencontro foi um momento de muita
emoção e comoção para a família. Júnior, que trabalha animando festas
infantis, contou que foi trabalhar em um evento na noite dessa
sexta-feira junto com a esposa, e precisou deixar o filho com a mãe
dela, e, quando tomou conhecimento do caso, a criança já estava de volta
aos braços da avó e a acusada detida.
Momento do reencontro da família com a criança
Mayara Rafaela da Costa Ferreira, de 21
anos, que é de Mari, mas reside em João Pessoa, foi presa na PB-386,
quando saía da cidade de Boa Ventura em direção a Ibiara, onde iria
apresentar a criança aos sogros como sendo filho dela com o namorado. Um
exame de DNA para comprovar a paternidade já havia sido marcado pela
família do rapaz para este sábado em Conceição, mas a criança que ela
levaria até eles, na verdade, era vítima de um sequestro.
Ela foi presa em um carro que era
dirigido pelo namorado, mas os primeiros levantamentos policiais indicam
que o jovem não sabia do crime e conduzia a namorada e o menino para a
casa dos seus pais sem imaginar o plano criminoso que a mulher havia
arquitetado para forjar a maternidade e segurar o relacionamento, que
tem quase um ano. Os dois se conheceram em Ibiara, por onde ela passou
como agente de planos de habitação da Caixa Econômica Federal, mas sem
vínculo empregatício com o banco.
De acordo com informações apuradas pela
Folha, meses antes, ela informou à família dele que havia engravidado de
gêmeos e que uma das crianças não tinha sobrevivido, inclusive, segundo
a mãe do rapaz, Maiara teria mandado laudos médicos indicando a suposta
gravidez e foto do bebê morto, mas sempre houve desconfiança por parte
dos familiares na história contada pela jovem, e agora acreditam que ela
nunca esteve grávida ou que tenha perdido a gestação completa,
motivando-a ao plano da falsa maternidade. “É uma loucura isso, porque
dias antes ela já havia mandado lá para casa também todas as coisas da
criança, e agente começou a acreditar que era verdade, mas veja o que
aconteceu”, comentou a mãe do jovem durante passagem pela delegacia de
Itaporanga, onde foi buscar o filho.
Ele foi liberado pelo delegado, enquanto
a namorada, que confessou ter planejado e executado o crime sem
conhecimento do rapaz, deverá ser autuada e poderá permanecer presa. Mas
a polícia ainda tem alguns pontos para esclarecer, como por exemplo,
como a mulher conseguiu convencer o rapaz a ir até o sítio pegar a
criança sem que ele desconfiasse de que alguma coisa estava errada.
A ação do sequestro
Conforme informações de familiares do
rapaz, Mayara, que se encontrava em João Pessoa, combinou com o namorado
para ir pegá-la em Diamante, mas a jovem desceu antes intencionada a
encontrar uma criança e realizar seu plano.
A mulher desembarcou em Itaporanga e, em
um abrigo de passageiros, interessou-se pela criança que estava com a
avó e seguiu no mesmo carro para Boa Ventura, onde, inicialmente, tentou
sequestrar um outro bebê, conforme a própria mãe do recém-nascido. Ela
chegou à residência dizendo que queria fazer uma doação de um enxoval
infantil à família e pediu para tirar uma foto com o bebê, mas a mãe
desconfiou e a acusada foi embora.
No entanto, não desistiu do seu plano e,
depois de encontrar o namorado, foi até o sítio Várzea da Cruz, e, na
residência da senhora com quem ela tinha viajado no carro de linha,
conseguiu sequestrar a criança. “Ela chegou lá dizendo que uma mulher
que tinha vindo com a gente no carro tinha sido morta e queria que eu
fosse até o local com ela, mas eu disse que não podia ir porque estava
cuidando das crianças, mas, no momento que eu entrei para a cozinha, ela
pegou o menino e foi embora”, comentou a avó do bebê.
Mas, ao perceber o sequestro, um morador
seguiu o carro de moto, momento que a polícia também foi acionada. Em
uma ação rápida, os cabos Vieira e Demésio e o soldado Neves
interceptaram o veículo na saída de Boa Ventura e conseguiram por fim ao
sequestro, que comoveu a população boaventurense. Alguns moradores
tentaram linchar a acusada, que foi encaminhada junto com o namorado
para a delegacia de Itaporanga, onde passou toda a noite e, neste
sábado, deverá ser autuada.
Neste momento, o delegado está
procedendo o flagrante. Mayara é estudante de direito, foi candidata a
vereadora na última eleição e é filha do vice-prefeito de Mari, segundo
informações dos familiares do namorado dela.
Com Itaporanga On Line