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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) requereu nessa sexta-feira (30) o afastamento imediato dos seis policiais militares suspeitos de estarem envolvidos na morte de um homem no Distrito de Cajá, na cidade de Caldas Brandão, na Paraíba. A medida cautelar também solicitou o recolhimento das armas e a suspensão dos portes de armas enquanto durar o afastamento deles do trabalho nas ruas.

A promotora de Justiça Jaine Aretakis Didier também requisitou judicialmente que os seis policiais sejam proibidos de frequentar e trabalhar nos municípios de Gurinhém e Caldas Brandão.

Segundo ela, essas medidas são importantes para garantir a correta elucidação do crime que resultou na morte de José Almeida Alcântara de Araújo e para evitar que outros casos como esse se repitam.

“É importante que se esclareça se a morte de Almeida decorreu de agressão injusta ou de conduta criminosa praticada pelos policiais. A princípio não restam dúvidas de que a morte da vítima ocorreu, de despreparo total e negligência da polícia militar”, disse.

O caso

Na madrugada do último domingo (25), os policiais militares faziam abordagens a motociclistas no Distrito de Cajá. Um dos condutores abordados na blitz foi o irmão da vítima, Cláudio Júnior Alcântara de Araújo, que andava sem capacete em sua moto na BR-230 e estacionou.

Na abordagem, os PMs solicitaram a Cláudio a carteira de habilitação, o documento da moto e o capacete. O motociclista pediu aos policiais que esperassem para que ele pudesse ir buscar a documentação do veículo, que, segundo o condutor, estava regular. “Eles ficaram pedindo os documentos mesmo vendo que estava tudo regularizado com a moto”, afirmou o irmão da vítima.

Mesmo se disponibilizando a pegar o documento, os PMs apreenderam a moto e disseram que a levariam para Itabaiana. Segundo testemunhas, os policiais já haviam abordado outras motos que, embora apresentassem alguma irregularidade, foram por eles liberadas. O fato revoltou José Almeida, que se encontrava no local junto com a esposa e outros colegas.

Ao reclamar, Almeida foi imobilizado pelos policiais, algemado com as mãos para frente e colocado no porta-malas da viatura policial. Segundo os policias, ele foi preso por desacato e mortoporque teria conseguido pegar uma arma que estava no banco de trás da viatura.

Segundo o MPPB, cinco tiros foram disparos e um acertou a vítima. “É chocante verificar que uma pessoa, na presença de seis policiais militares, todos fortemente armados, já tinha sido detida, algemada, mas, pasmem, foi morta dentro da mala fechada de uma viatura policial. Tal morte ou revela a frieza e covardia desses policiais ou revela o completo despreparo de toda a equipe”, argumentou a promotora de Justiça.


Por Jean Ganso, Com Focando a Noticia
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