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Em entrevista ao The Wall Street Journal, Lobão diz que cogita lançar campanha de eficiência energética e em seguida, ministro lança nota afirmando que país não está sob risco de apagão

Diante do risco crescente de escassez de energia elétrica, especialistas recomendam que é hora de o país adotar campanhas de redução do consumo para evitar racionamento. Admitida pelo próprio ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em entrevista ao jornal americano The Wall Street Journal, a possibilidade de um apelo para que a população economize luz não foi oficializada pelo governo, mas ganhou adesão até do presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto.
– Racionalização de energia nós temos que ter sempre. O momento é de intensificar essas medidas – afirmou o executivo.
Governo e especialistas admitem que a situação é crítica devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, à estiagem prolongada e ao aumento na quantidade de condicionadores de ar, TVs e geladeiras. Na entrevista ao Wall Street Journal, Lobão disse que cogitava lançar uma campanha de "eficiência energética" para estimular a população a reduzir voluntariamente o consumo caso a quantidade de chuva não se regularizasse até o final de maio. Nesta sexta, o ministério de Minas e Energia lançou nota oficial explicando que não fora bem entendido, pois o Brasil não está sob risco de apagão. No entanto, reafirmou a recomendação de economizar.
"A situação que vivemos é de alarme", afirma consultor
Se Lobão vacila por razões políticas em ano de eleição presidencial, especialistas recomendam abertamente que está na hora de começar a poupar energia. O diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), Luiz Pinguelli Rosa, adverte que o país pode não "atravessar o ano todo" se o quadro atual se mantiver.
– Achamos que se deve tomar providências para racionalizar o uso. Não no sentido repressivo, mas por estímulo – diz Pinguelli.
Ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Coppe recolheu estudos de cientistas de várias áreas. Há 10 dias, enviou carta ao ministro Lobão sugerindo o início de campanha de racionalização do consumo. O executivo lembra que o Coppe/UFRJ fizera o mesmo em 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Um ano depois, veio o racionamento compulsório, que se prolongou até 2002.
– Na época, fizemos o alerta. Deve-se buscar a eficiência energética até nos períodos de abundância – orienta Pinguelli.
Diretor-executivo do Grupo Safira Gestão e Consultoria, Mikio Kawai Jr entende que programas de racionalização – na indústria, no comércio e nas residências – já deveriam estar em pleno vigor. Observa que os reservatórios perderam a energia estocada e devem aguentar no máximo até setembro se não chover o suficiente.
– A situação que vivemos é de alarme. Os reservatórios nunca passaram tanto tempo sem chuva – diz o consultor.
Mikio avisa que, quanto mais se demorar para admitir o risco de colapso no fornecimento de energia, mais profundo será o racionamento. A circunstância é comparável à do motorista que se aproxima de uma curva fechada em alta velocidade. Se frear com antecedência, fará a manobra em segurança. Se deixar para travar no último momento, poderá se acidentar.
– Qualquer tipo de economia é bem-vinda – ressalta.
As sugestões da Coppe do Rio para reduzir em 10% o consumo de energia
1 Promover campanhas expondo à população a situação crítica do setor elétrico
2 Incentivar que as pessoas economizem luz
3 Conceder descontos nas tarifas a consumidores que reduzirem o consumo
4 Racionalizar o consumo nas repartições públicas e em estatais
5 Ampliar a eficiência energética dos grandes consumidores, como fábricas
6 Articular-se com Estados e prefeituras num programa nacional de uso racional
7 Estimular fontes alternativas, como eólica e solar
Comece em casa
Clilmatização
Ao comprar ar-condicionado, dê preferência a modelos que têm o selo Procel com a letra A, que são mais eficientes
Mantenha janelas e portas fechadas quando o aparelho estiver ligado 
Não exagere na refrigeração do ambiente. O conforto térmico combina temperatura e umidade – o recomendado é temperatura entre 22°C e 24°C para 50% a 60% de umidade relativa do ar
Limpe o filtro do aparelho na periodicidade recomendada pelo fabricante, pois a sujeira prejudica o rendimento
Feche cortinas e persianas no ambiente em que o ar-condicionado está funcionando
Refrigeração
Não abra a porta do refrigerador ou freezer por tempo prolongado sem necessidade
Evite colocar na geladeira alimentos e líquidos quentes
Não forre as prateleiras da geladeira com vidros ou plástico, pois isso dificulta a circulação interna do ar
Regule o termostato do refrigerador
Verifique a borracha de vedação para evitar perda de ar frio e, se for preciso, troque
Instale o aparelho em lugar bem ventilado
Iluminação
Para leitura e trabalhos manuais, prefira iluminação dirigida, para ter mais conforto e economia
Mantenha limpas lâmpadas e luminárias para permitir a passagem máxima de luz para o ambiente
Dê preferência a luminárias abertas, o que possibilita reduzir em até 50% o número de lâmpadas sem perda da qualidade da iluminação
Substitua lâmpadas incandescentes por fluorescentes com o selo Procel. Uma fluorescente de 20 watts ilumina mais do que uma incandescente de 60 watts e dura mais
Desligue luzes onde não há ninguém
Da Redação: com Zero Hora
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