BRASÍLIA – A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou, no começo da noite desta sexta-feira, que o Fokker 100 MK-28, da companhia aérea Avianca, fez um pouso de emergência, às 17h53, no aeroporto de Brasília. Segundo a FAB, o avião teve problemas no trem de pouso dianteiro. O voo, de número 6393, fazia o trajeto Petrolina (Pernambuco) a Brasília. Segundo a FAB, o avião levava 49 passageiros e não há registro de feridos.
A aeronave aterrissou apenas com o trem de pouso traseiro e depois deslizou com o nariz pela pista, que já estava preparada para receber o avião. Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já estão no aeroporto iniciando as investigações para apurar o que pode ter ocorrido com a aeronave.
A Avianca informou, em nota, que a aeronave “pousou de forma segura” no aeroporto. “Todos os passageiros foram desembarcados e transportados, em ônibus, até o terminal de passageiros. Após o desembarque, alguns passageiros optaram por seguir em suas conexões. Durante toda a ocorrência, priorizamos a assistência aos passageiros”, afirmou. Dos 44 passageiros, 20 seguiram viagem em voos da própria companhia; 14 com destino a Brasília seguiram para suas residências e nove adultos e uma criança foram acomodados em hotel.
‘Foi tudo tranquilo’, diz passageiro
Um dos passageiros do voo da Avianca, o engenheiro agrônomo Roque Marinato, de 70 anos, contou que, após o aviso do comandante sobre o que estava ocorrendo com a aeronave, os passageiros permaneceram tranquilos. Segundo Marinato, pouco antes do pouso, o comandante informou aos passageiros que o avião estava com problemas e que adotaria alguns procedimentos especiais para pousar.
— Claro que um ou outro fica mais preocupado, mas foi tudo tranquilo — disse Marinato.
O passageiro reclamou que seus pertences e bagagens não foram liberados pela empresa. A retenção da bagagem teria sido uma decisão da segurança do aeroporto Juscelino Kubitscheck. Logo após deixarem a aeronave, os passageiros foram levados para uma sala da Avianca, onde a empresa aérea providenciou hospedagem, transporte e alimentação para os que estavam no voo.
Marinato afirmou ter ouvido de outro passageiro que o comandante sofreu um corte na testa no momento do pouso. O passageiro, que mora em Brasília, recebeu da empresa dinheiro para fazer uma cópia da chave de sua residência, já que ficou sem os seus pertences.
O avião pousou na pista nova do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, que foi interditada. Esse voo sai de Petrolina às 14h02 e normalmente chega em Brasília duas horas depois. Por questão de segurança, a FAB orientou os pilotos a voarem por mais tempo antes de fazerem o pouso.
Ministro pede compreensão de passageiros em Brasília com atrasos
A Inframérica, empresa responsável pelo aeroporto, chegou a informar que incidente comprometeu o fluxo no aeroporto de Brasília e cerca de duas horas após o pouso, oito voos estavam com atraso. Depois, a empresa corrigiu a informação e afirmou que esses voos incluem todos que sofreram atraso ao longo do dia e não tem relação, por enquanto, com o pouso.
O ministro da Secretaria de Avião Civil (SAC), Moreira Franco, pediu a compreensão dos passageiros que passam hoje pelo terminal de Brasília, pelo Twitter, pois voos podem atrasar. “Por causa do incidente no Aeroporto de Brasília uma pista está interditada. Pedimos a compreensão de todos, pois alguns vôos poderão atrasar”, publicou o ministro. “Um avião da Avianca Brasil fez um pouso "de barriga" no aeroporto com uma pane hidráulica. Ninguém se feriu”, escreveu.
Em 1996, um acidente com outra aeronave Fokker 100, da TAM, caiu apenas 24 segundos após decolar do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, matando 99 pessoas - 90 passageiros, seis tripulantes e três pessoas em terra. A tragédia ocorreu às 8h26 do dia 31 de outubro, uma quinta-feira. O Fokker 100 decolou de Congonhas com destino ao Rio de Janeiro, um voo normal da ponte aérea Rio-São Paulo. Vinte e quatro segundos depois, porém, a aeronave estava destruída sobre oito casas da rua Luís Orsini de Castro, no bairro Jabaquara, a dois quilômetros do aeroporto.
Da Redação: com o Globo