A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) na Paraíba
concederam uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (8) para
dar detalhes de como funcionava o esquema de fraude na contratação de
empresas que seria comandado por um filho de uma ex-prefeita de Conceição.
De acordo com o chefe da CGU, Fábio Araújo, o suspeito usava empresas
de fachada e superfaturava contratos. Em alguns casos, apesar de firmar
os contratos, o filho da ex-prefeita colocava funcionários da
administração municipal para executar os serviços.Esta manhã, a Polícia Federal cumpriu, em nove cidadades, 15 mandados de busca e apreensão em endereços de empresas, de ex-secretários municipais de Conceição e na casa do filho da ex-prefeita, na operação que foi intitulada de 'Premier'. De acordo com o superintendente regional da PF, Marcelo Cordeiro, os documentos apreendidos são suficientes para indiciar seis empresários, a ex-prefeita, dois ex-secretários e o filho da gestora.
Raimundo Alves, chefe de gabinete da prefeitura de Conceição, disse que todas as pessoas investigadas na operação da Polícia Federal são da antiga gestão da prefeitura. Por esse motivo, ele explicou que apenas a equipe da antiga gestão poderá falar sobre o assunto. O Blog tentou falar com a ex-prefeita, mas ela não atendeu as ligações telefônicas.Segundo Fábio Araújo, o filho da ex-prefeita fraudava as licitações, aumentava os valores dos contratos, que eram firmados para execução de convênios federais, e rateava os recursos entre ele e os empresários. “Algumas da empresas contratadas não possuíam funcionários e ele pegava funcionários da própria prefeitura para executar os serviços. As obras também não seguiam os padrões de qualidade para a população”, ressaltou.
Fábio explicou ainda que a investigação constatou que entre os anos de 2010 e 2012 foram apurados ilegalidades em 10 licitações, cujos valores totais ultrapassam R$ 7 milhões. No mesmo período houve o repasse de quase R$ 5 milhões referentes a tais obras. “Deste total, com os indícios que temos, já foi constatado um desvio de aproximadamente R$ 1,8 milhão”, disse o chefe da CGU na Paraíba.
Segundo Marcelo Cordeiro, o esquema foi descoberto após um empresário procurar a Polícia Federal. De acordo com a delegada Mariana Cavalcante, a operação desta sexta-feira foi para coletar documentos. “Ainda não há indícios de provas para justificar a prisão de ninguém”, disse.
Por Jean Ganso, Com G1 Pb
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