Após o Conselho Regional de Medicina da Paraíba constatar a superlotação no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, três crianças foram transferidas para outros hospitais da capital ainda na quinta-feira (28).
Funcionários do Arlinda Marques registraram a situação no hospital. O
vídeo gravado por eles mostra crianças dormindo em cadeiras e as mães
dormindo no chão do hospital.
A diretora administrativa do Hospital Arlinda Maques, Aline Nery,
explicou que as crianças foram encaminhadas para o Hospital
Universitário Lauro Wanderley e também para o Hospital Valentina
Figueiredo, todos dois em João Pessoa.
“Vamos fazer ainda na manhã de
hoje um levantamento para saber quantas crianças devem ser
transferidas”, explicou Aline Nery sobre as outras transferências que
devem acontecer ainda nesta sexta-feira (1º). Até as 9h30 Aline Nery
ainda não tinha informações de quantas crianças serão transferidas nesta
sexta-feira.
Entenda o caso
Na manhã da quinta-feira (28) uma equipe do Conselho Regional de Medicina da Paraíba fez uma inspeção no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, para apurar as denúncias de superlotação. De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, foi constatado que existe uma fila de crianças aguardando atendimento e internação. “Há crianças em estado grave esperando assistência há mais de 72 horas e sem previsão de atendimento", disse.
Funcionários do hospital filmaram a situação no Arlinda Marques. Pelas
imagens é possível ver que algumas crianças dormem em cadeiras e as mães
no chão do hospital. “Desde domingo, eu estou aqui aguardando vaga para
minha menina. Ela é especial e fica nesse sofá sem nenhum apoio”, disse
uma mãe que tem filha com hidrocefalia. A falta de acomodação não é só
pras crianças. Em um outro momento do vídeo, uma mãe desabafa: “A gente
está dormindo no chão”.
Quanto à superlotação, a diretora administrativa do Hospital Arlinda
Maques, Aline Nery, explicou que o fechamento de quatro hospitais na
Região Metropolitana de João Pessoa fez com que mães cujos filhos têm
doenças de baixa complexidade procurassem o Arlinda Marques. “Nós somos
especializados em média e alta complexidade. Há crianças que chegam à
unidade com problemas simples por não não conseguirem ser atendidas em
outras unidades. Isso é um dos motivos da superlotação”, disse.
Por Jean Ganso, Com G1 Pb