Um dos grupos de extermínio mais
violentos da Paraíba, que atuava no município de Mari (60 km da
Capital), foi desativado, graças a um trabalho conjunto do Judiciário
estadual, Polícia Civil e Ministério Público.
A organização que se intitulava “Al
Qaeda” é acusada de assassinar 36 pessoas. A facção, conforme denúncia
do MP, comandava o tráfico de drogas na região do Brejo. Os crimes eram
praticados de forma extremamente cruel, inclusive, no último deles, os
denunciados retalharam os corpos de dois irmãos.
A juíza da Vara Única de Mari, Ana
Carolina Cantalice, que preside os processos penais, disse que os
assassinatos começaram em fevereiro de 2011. “Os crimes não cessaram, e
praticamente toda semana uma pessoa era morta. “As provas eram
precárias. As testemunhas em potencial faziam denúncias anônimas, porém,
na hora de registrar o que sabiam, se recusavam, tudo levando a crer
que se tratava de uma organização criminosa estável e articulada”,
disse.
A magistrada revelou que em fevereiro
deste ano, após prisão em flagrante por tráfico de drogas, o acusado, ao
prestar depoimento na esfera policial, confessou, com riqueza de
detalhes, sua participação em diversos homicídios.
A pessoa presa delatadou alguns de seus
comparsas, além de informar a existência de uma organização criminosa
denominada “Al Qaeda”, composta por vários indivíduos, verdadeiros
soldados do tráfico, os quais comercializavam drogas e executavam
integrantes do grupo adversário.
A partir daí, segundo a juíza, as
investigações começaram a se intensificar. “Houve o empenho conjunto da
Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, para dar uma
resposta à sociedade, coibir os homicídios e desarticular a organização
criminosa”, destacou Ana Cantalice.
Após o monitoramento telefônico com
autorização judicial, praticamente todos os integrantes da organização
criminosa foram presos. Hoje, 20 pessoas estão sendo processadas,
inclusive mulheres e adolescentes. Os processos estão na fase de
instrução. Caso comprovados os fatos constantes na denúncia oferecida
pelo Ministério Público, os acusados serão pronunciados e, em seguida,
levados à júri popular, salvo os menores que, em caso de procedência da
representação, cumprirão medida socioeducativa
“Com a prisão do suposto mentor da
facção criminosa, que ocorreu recentemente, os crimes cessaram e
conseguimos resgatar a paz e a tranquilidade ao povo de Mari”, frisou a
magistrada.
Por Jean Ganso, Com PortalMidia.net