Em dezembro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff
cogitou a possibilidade de deixar o PT e formar um governo
suprapartidário. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
As conversas sobre a ideia teriam ocorrido em meio a discussão sobre
qual posição o partido deveria ter no Conselho de Ética em relação ao
processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O Planalto
tentava convencer seus três deputados a votar pelo fim da investigação,
mas o PT reagiu e no final, Cunha perdeu no Conselho e deflagrou o
impeachment.
Nesse cenário, com diversos dirigentes da sigla criticando a
presidente e críticas ao ajuste fiscal, Dilma ventilou a possibilidade
de deixar o partido. A ideia era sinalizar na direção de um governo em
que partidos da oposição e da base governista trabalhassem juntos para
achar soluções para a crise. Dilma também se comprometeria a não se
envolver nas eleições de 2018.
A iniciativa foi discutida dentro do Palácio do Planalto e com
parlamentares aliados que chegaram à conclusão de que a estratégia
poderia até conceder um suspiro a presidente, mas também poderia causar
seu isolamento completo, o que fez Dilma não arriscar e seguir no
partido.