O navio tanque com 13 mil toneladas de combustível chegou, no início
da manha desta sexta-feira (08), no Porto de Cabedelo. A carga, que está
sendo descarregada ao longo desta manhã, tem oito mil toneladas de
gasolina e cinco mil toneladas de óleo diesel.
A presidente da companhia Docas Gilmara Temóteo, na tarde de ontem,
garantiu que a Petrobras enviaria mais 58 mil toneladas, o que
normalizaria a situação.
Ontem, o empresário Nelson Lira denunciou que desde o ano passado, a
Petrobras teria pretensão de encerrar as operações no Porto de Cabedelo e
que todo o combustível que viria para a Paraíba seria do Porto de
Suape, em Pernambuco. Além disso, ele ainda denunciou que não há redução
de produção de combustíveis no país. O que há é a priorização na
exportação do produto, o que deixa o mercado interno fragilizado.
“Pra complementar essa tese do empresário Nelson Lira, eu me recordo
que ele fez essa colocação na reunião que nós tivemos no Ministério
Público, no inquérito civil que foi aberto, nós não tratamos disso na
reunião da Petrobras e queria só fazer um comentário como cidadã. A
sensação que nós temos quando chegamos na sede da Petrobras é de que não
há crise, de que a empresa está estruturada. A gente sabe que tá
havendo toda essa turbulência e não me informei a fundo, mas eu até
acredito que realmente possa ter ocorrido isso que o empresário Nelson
Lira diz, para que haja o equilíbrio financeiro da empresa”.
E continua. “Com essa alta do dólar a Petrobras, ao invés de importar
o combustível, ela exportou, pra deixar equilibrada as finanças no fim
de 2015, mas não podemos nos enganar. É preciso entender que a empresa
passa por um colapso, uma desorganização, uma crise financeira e as
coisas não estão muito bem planejadas. Agora sanamos um pequeno problema
que foi resolvido, a operação tá garantida pra Cabedelo, mas fica um
sinal de alerta para que a gente possa acompanhar o que é que vai
acontecer”, alertou.
Questionada sobre previsões para solução do abastecimento, a
presidente esclarece. “A previsão total para janeiro que a Petrobrás nos
informou ontem são 58 mil toneladas para o mÊs de janeiro, então isso
normaliza. É a média do ano inteiro”, explicou.
Jean Ganso/G1