Cássio admite Cícero para Câmara Federal e Ruy para deputado estadual
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), em
entrevista exclusiva ao programa Correio Debate, da 98FM, nesta
quarta-feira (23), afirmou que a Executiva Estadual decidirá se quer
priorizar a eleição de um governador ou de um senador. Ele disse que o
partido não está descartando Cícero Lucena, mas que o senador, deixando
de disputar a reeleição, pode ser candidato a deputado federal.
Cássio também admitiu, pela primeira
vez, a possibilidade de Ruy Carneiro abrir mão de disputar a reeleição
de deputado federal, abdicar a pretensão de ser candidato a
vice-governador e ser lançado a deputado estadual. “Essa possibilidade
está sendo cogitada. É preciso ter pré-condições de fazer uma campanha.
Tudo isso está sendo avaliado. É natural que os partidos procurem somar
alianças e ter as coligações e apoio nos municípios. Essa possibilidade
não está confirmada, mas não está descartada”, afirmou.
O senador afirmou que não será
problema em abrir mão da disputa ao Governo do Estado se o partido
decidir que prefere priorizar a candidatura à reeleição de Cícero. “Eu
não estou fazendo política com o estômago. Faço política com a cabeça.
Esse não é uma proposta pessoal, mas um projeto partidário”, disse.
Cássio citou casos pelo país de
eventuais candidatos à reeleição ao Senado que abriram mão para disputar
mandatos de deputado federal, como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e
Sérgio Guerra (PMDB-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Lembrou ainda que o
seu pai, Ronaldo Cunha Lima, teria “uma eleição absolutamente tranquila
em 2002 e abrir espaços para disputar mandato de deputado federal, para
atrair o DEM de Efraim Morais”.
O senador disse que na reunião da
Executiva Nacional do PSDB, nesta terça-feira (22), em Brasília (DF),
relatou as consultas aos filiados e as dificuldades de compor aliança e
somar tempo de televisão se formar chapa exclusivamente partidária. “Na
instância estadual o PSDB também vai deliberar sobre isso. Já se foi o
tempo em que tínhamos hegemonia estadual para deliberar para chapa
própria”, comentou. “O partido vai deliberar se deseja ter uma
candidatura ao Governo ou se prefere uma candidatura ao Senado Federal.
As duas, na minha opinião, não têm chances”.
Cássio ainda colocou que, em
conversas anteriores, o senador Cícero sempre deixou claro que a
prioridade seria a candidatura ao Governo e que não seria problema para
fazer composição. “De forma legítima, o senador apresenta sua
candidatura à reeleição. É preciso analisar as chances reais se ficarmos
em um isolamento partidário. Decisão não é minha, mas é a que compete à
Executiva Estadual, com crivo da Executiva Nacional”, disse.
Para Cássio Cunha Lima, o PSDB tem
que compreender que não pode ocupar as duas vagas na chapa. “É difícil
ocupar as duas. Eu não tenho dificuldade nenhuma em seguir as decisões
partidárias, se for o caso”, frisou.
Ele também garantiu que não existe
decisão sobre definição do seu companheiro de chapa, na condição de
candidato a vice-governador. Disse que o nome do ex-prefeito de João
Pessoa, Luciano Agra (PEN), pode ser analisado, mas não tem definição.
“É uma força extraordinária para qualquer posição e está apto a fazê-lo,
pelo homem público e pelo trabalho que realizou na Prefeitura de João
Pessoa”, observou.
Cássio argumentou que é preciso
olhar para as questões práticas da eleição, como tempo de televisão e
chances de eleição das bancadas estadual e federal. Ele ainda confirmou
as conversas com outras legendas, além do PTB de Wilson Santiago, como o
Solidariedade, PSC e Pros. “Somar é uma equação óbvia”, concluiu.