Esquema foi descoberto pela Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba, junto com agentes do Róger.
O serviço de inteligência da Secretaria de Administração
Penitenciária da Paraíba, junto com agentes do presídio Róger, em João
Pessoa, descobriu na manhã desta sexta-feira (5) um estatuto elaborado
por integrantes da facção criminosa 'Al Qaeda', que atua na Capital. O
estatuto era imposto aos detentos. Os integrantes da facção que cumprem
pena ainda eram obrigados a contribuir com um 'caixinha' para financiar
advogados.
Segundo informações do secretário de Administração
Penitenciária, Walber Virgolino, o estatuto continha nove itens que
deveriam ser seguidos pelos integrantes da facção, sob pena de morte.
“Era uma espécie de contrato do crime”, disse.
Entre os tópicos
das regras, havia um voltado para os que têm maior poder aquisitivo.
Esses, deveriam ajudar financeiramente 'os mais pobres' do grupo e
também 'investir' dinheiro para que colaborassem com a compra de armas,
drogas. O caixinha assegurava pagamentos de advogados contratados para
defender criminosos da facção que estão presos. A Polícia não revelou
nomes de advogados que estariam recebendo dinheiro dessa facção.
De
acordo com o secretário, o estatuto foi encontrado junto com um preso
em uma das celas da penitenciária do Róger, que fica no bairro do mesmo
nome, na zona norte da Capital. No último levantamento divulgado pelo
Tribunal de Justiça, nesse presídio existiam 201 réus com sentença
condenatória e 908 provisórios. No ano passado, um levantamento do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou 1.109 pessoas em espaço
com capacidade para apenas 480 vagas.
Virgolino revela que a
Secretaria de Administração Penitenciária e a Ordem dos Advogados da
Paraíba (OAB) trabalham em conjunto para identificar a ramificação desse
estatuto nas unidades prisionais do estado. Além disso, são feitas
investigações para descobrir quais os advogados que podem estar
envolvidos com essas atividades, recebendo dinheiro da facção para
defender integrantes da "Al Qaeda".
“Não aceitamos esse tipo de
situação. Estamos desenvolvendo um combate sistemático através de
operações bem articuladas para que os criminosos responsáveis sejam
identificados e punidos”, declarou Walber Virgolino.
Por Jean Ganso,com Portal Correio