Depois seguirá para Recife, no Pernambuco, onde será enterrado.
Músico, que sofria de câncer de pulmão, morreu na terça-feira (23) em SP.
O corpo do músico Dominguinhos está sendo velado desde as 6h
desta quarta-feira (24) na Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do
Ibirapuera, na Zona Sul da capital. Depois, segundo seus familiares, seguirá
para Recife, no Pernambuco, onde será enterrado.
O artista morreu nesta terça-feira (23), aos 72 anos, no
Hospital Sírio-Libanês. Ele lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão.
De acordo com o hospital, o músico morreu às 18h em decorrência de complicações
infecciosas e cardíacas.
Ao longo do tratamento, ele desenvolveu insuficiência
ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. Dominguinhos foi transferido para a
capital paulista em 13 de janeiro. Antes, esteve internado por um mês em um
hospital no Recife.
Considerado o sanfoneiro mais importante do país e herdeiro
artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José Domingos de Morais nasceu em
Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com 8 anos. Aos 13
anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos
mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.
Instrumentista, cantor e compositor, Dominguinhos ganhou em
2002 o Grammy Latino com o “CD Chegando de Mansinho”. Ao longo da carreira, fez
parcerias de sucesso com músicos como Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia e
Djavan.
Ainda criança, Dominguinhos tocava triângulo com seus irmãos
no trio “Os três pinguins”. Quando ele tinha 8 anos, foi “descoberto” por
Gonzagão ao participar de um show em Garanhuns. A “benção” lhe foi dada pelo
rei do baião quanto tinha 16 anos.
Dominguinhos durante apresentação em São Luis do Paraitinga
em 2011.
“Gonzaga estava divulgando para a imprensa o disco 'Forró no
Escuro' quando ele me apresentou como seu herdeiro artístico aos repórteres”,
lembrou-se Dominguinhos em entrevista ao G1 no fim de 2012. “Foi uma surpresa
muito grande, não esperava mesmo.”
De acordo com ele, o episódio aconteceu somente três anos
depois de sua chegada ao Rio, acompanhado do pai, o também sanfoneiro Chicão.
Mudaram-se para a cidade justamente para encontrar Luiz Gonzaga. “Em cinco
minutos, ele me deu uma sanfona novinha, sem eu pedir nada”, prosseguiu.
Naquele período, Dominguinhos saiu em turnê com o mestre para cumprir a função
de segundo sanfoneiro e, eventualmente, de motorista.
No fim de 2012, Dominguinhos se dedicou ativamente às
celebrações dos cem anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Durante um show no dia
centenário, 13 de dezembro, realizado na terra natal do músico, Exu (PE),
Gilberto Gil comentou: “Dominguinhos teve a herança do Gonzaga, que ele
incorporou, através das canções, dos estilos, o gosto pelo xote, xaxado”.
Para Gil, no entanto, Dominguinhos soube trilhar um caminho
próprio. “Dominguinhos foi além, em uma direção que Gonzaga não pôde, não teve
tempo. Ele foi na direção do início de Gonzaga, o instrumentista, da época das
boates do Mangue, no Rio de Janeiro, quando ele tocava tango, choro, polca,
foxtrot, tocava tudo, repertório internacional, tudo na sanfona. ”
Por Portal Correio