Os ataques a bancos este ano na Paraíba
já superam o registrado em todo o ano de 2012. Conforme dados
estatísticos do Sindicato dos Bancários da Paraíba, no primeiro semestre
ocorreram 82 ataques no Estado, enquanto em todo o ano passado
aconteceram 63 crimes deste tipo. Se comparados apenas os dados do
semestre, os números mostram crescimento de 256,52% deste tipo de
ocorrência. Até o dia 30 de junho de 2012 foram 23 ataques.
De acordo com o sindicato, na comparação
entre os primeiros semestres de 2012 e 2013, os arrombamentos foram o
tipo de ocorrência que mais cresceu no Estado. No ano passado foram
seis, enquanto que em 2013 já ocorreram 26, um crescimento de 333,3%.
Em seguida aparecem as saidinhas de
banco, com aumento de 300% (de duas para oito), as explosões, que
cresceram 177,7% (de nove para 25 não levando em conta o de ontem) e os
assaltos, cujo aumento foi de 140% (de cinco para 12) na comparação
entre os semestres. O sindicato também contabiliza as tentativas de
ataques sem sucesso. Em 2013, estas tiveram um aumento de 1000% em
relação ao ano passado, subindo de um para 11 registros.
Um dos ataques registrados este ano aconteceu em maio, em Jacaraú, no Litoral Norte, distante 84 quilômetros de João Pessoa.
Na madrugada do dia 29, cinco homens
fortemente armados explodiram três terminais de autoatendimento de uma
agência bancária. Os criminosos chegaram em uma caminhonete, montaram os
explosivos nos terminais e acionaram as bananas de dinamites. O bando
fugiu disparando tiros para o alto e soltando grampos para adiar a ação
da polícia na perseguição. Os criminosos fugiram em direção à cidade de
Nova Cruz, no Rio Grande do Norte. Três acusados foram presos no mês
passado.
Para o presidente do sindicato, Marcos
Henriques, os dados sobre ataques a bancos na Paraíba são preocupantes.
Ele cobra ações para melhorar a segurança de funcionários e clientes dos
bancos.
“Os números são resultado da falta de
investimentos por parte dos bancos, que não estão se preocupando como
deveriam com ações preventivas de segurança. A segurança pública também
precisa ser levada mais a sério, pois o que garante essa segurança é a
presença da polícia no cotidiano das pessoas”, pontuou.
Segundo o sindicalista, medidas simples
como a instalação de portas de segurança e vidros blindados em todas as
agências poderiam ajudar a coibir a ação dos criminosos. Ele lembra que
lei regulamentada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo
governador em fevereiro deste ano obriga que a partir de agosto os
bancos da Paraíba serão obrigados a manter um monitoramento externo das
agências durante 24 horas.
“O que mais nos preocupa não é nem tanto
a questão dos danos materiais, mas sim as consequências sociais. Os
bandidos estão agindo com violência contra clientes e bancários,
tornando o problema uma questão social que tem deixado sequelas
psicológicas em quem convive de perto com esses ataques, sejam eles
funcionários, clientes ou quem mora perto das agências”, argumentou
Marcos Henriques.
Em nota, a Federação Brasileira dos
Bancos (Febraban) informou que os dispositivos de segurança instalados
nos terminais de autoatendimento que mancha as cédulas, no caso de
tentativa de roubou ou furto, constituem em uma das frentes de combate
aos ataques a caixas eletrônicos, modalidade de crime que cresceu nos
últimos dois meses.
Por sua vez, a Secretaria de Segurança
Pública e da Defesa Social da Paraíba, também confirmou o crescimento de
ataques a bancos na Paraíba. Contudo, segundo o tenente-coronel Júlio
César, secretário executivo da Operação Divisa Segura, que busca o
enfrentamento de crimes desta natureza, integrando todos os Estados da
região Nordeste, a tendência é que nos próximos meses esta modalidade de
crime apresente redução.
“A Operação Divisa Segura visa combater a
entrada de criminosos no Estado, especialmente os que atuam em
quadrilhas interestaduais e praticam a modalidade de crime de ataques a
bancos. No final de junho, tivemos uma reunião em Natal, com
representantes de todos os Estados do Nordeste para regulamentar a
operação. Vamos intensificar a vigilância nas cidades onde bancos
instalaram caixas eletrônicos”, afirmou o coronel, acrescentando que com
a regulamentação, policiais civis e militares de outros Estados podem
atuar integrados com as polícias locais.
Por Jean Ganso,Com Notícia PB