A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (08), a operação
Squadre, na qual cerca de 400 policiais federais estão dando cumprimento
a 45 mandados de prisão, 11 conduções coercitivas e 19 mandados de
busca e apreensão, totalizando 75 medidas judiciais, em sua maioria na
região metropolitana de João Pessoa.
A Operação tem o objetivo de
desarticular grupos de milicianos, compostos por integrantes de forças
policiais locais e particulares, que atuavam em todo o estado,
realizando segurança privada clandestina com emprego de mão de obra
não-habilitada, despreparada e portando armamentos ilegalmente.
Durante
a investigação das organizações criminosas desarticuladas constatou-se,
ainda, a prática de diversos crimes, dentre os quais o tráfico ilícito
de armas, lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção e a atuação de um
grupo de extermínio.
Entre os presos na Operação Squadre estão integrantes de três diferentes milícias.
A
primeira é composta por policiais militares, policiais civis, um agente
penitenciário e particulares, que atuavam como “grupo de extermínio”,
principalmente na região metropolitana de João Pessoa. As vítimas eram
em geral presos e ex-presidiários, executados em razão de “acertos de
contas”.
O outro grupo era comandado por oficiais da Polícia
Militar e realizava segurança privada clandestina, bem como comércio
ilegal de armas e munições, usando para isso uma empresa em nome de
“laranjas”. O grupo criminoso, que contava também com o apoio de um
Delegado da Polícia Civil da Paraíba, é investigado, ainda, pela prática
de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Outra quadrilha de
milicianos é formada por policiais civis, policiais militares e um
agente penitenciário, que atuava extorquindo traficantes de drogas,
assaltantes de banco e outros criminosos.
Os três grupos criminosos estão interligados pelo tráfico ilegal de armas e munições.
Cooperação
A
investigação, coordenada pela Polícia Federal com o apoio do Ministério
Público Estadual e da Secretaria de Segurança e Defesa Social da
Paraíba, começou há cerca de um ano e sua execução contou com a
participação do COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal) e
dos GPIs (Grupos de Pronta Intervenção da Polícia Federal) de diversos
estados.
As provas obtidas no curso das investigações devem ajudar
na elucidação de vários homicídios praticados por todo o estado da
Paraíba. Ações de Inteligência permitiram, inclusive, evitar execuções
que seriam praticadas pela milícia.
Por Jean Ganso,com Click PB