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O ministro José Eduardo Cardozo participou nesta terça de um evento promovido por empresários, em São Paulo. Durante o evento, fez duríssimas críticas ao sistema prisional brasileiro. A certa altura, declarou: “Se fosse para eu cumprir uma longa pena em um presídio brasileiro, preferia morrer.”

A manifestação de Cardozo esbarrou com o óbvio no instante em que o orador disse que os presídios brasileiros, longe de ressocializar os detentos, contribui para o aumento da criminalidade. Nas cadeias do país, disse o ministro, um infrator mequetrefe vira bandido de alta periculosidade.

“O sistema prisional é dotado de artifícios que o transformam em uma verdadeira escola do crime”, disse. Nos lábios de um oposicionista, as palavras talvez fizessem nexo. Na boca de um ministro filiado ao partido que exerce o poder federal há dez anos, as críticas a fala soa paradoxal.

Por sorte, a autocrítica não particpou do evento. Se lá estivesse, ela sorriria ao ouvir Cardozo dizer a seguinte frase: “Temos que parar com o jogo do empurra. Governo estadual e federal tem responsabilidade, sim”. Aos risos, a autocrítica cumprimentaria o crítico: “Bom dia, senhor ministro. Vim apresentar o senhor ao senhor mesmo.”

Por Jean Ganso,com UOL

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