Nesta Sexta 26 , a Cidade de Cuitegi comemora seus 53 amos de emancipação politica,segundo conta a historia oficial do
Foram os indígenas, os primeiros habitantes da região, procedentes de Mamanguape e Araçagi, que subindo o rio, caminho natural, vinham explorando o mundo virgem e verdejante, a caça e pesca abundante, se detiveram neste local e construíram suas malocas, aquela gente nômade; mais para cima, situavam-se paredões de serras escarpas e altas com o rio no meio manso, partindo de suas cabeceiras, com suas águas copiosas, incontroláveis estradas pluviais, a cujas margens se plantaram se contraram cidades e construíram civilizações (Iracema, Apud Cleodon Coelho. p. 54. 2007). Nessa citação podemos observar o caminho percorrido pelos nativos e a construção da região, é interessante perceber que as cidades geralmente surgem pertos de rios, e acabam se desenvolvendo porque começam a cultivar uma agricultura de subsistência e até mesmo para comercialização, assim, também, como a criação de animais, bovinos, caprinos e outros que geralmente são comercializados em feiras livres.
Município
Cuité como era chamada, começou a ser povoada no século XIX, o nome é derivado de um fruto muito conhecido na região, nesse período os tropeiros que iam para Mamanguape paravam debaixo dessa árvore para descansar e depois seguiam sua viagem, durante muito tempo o povoado ficou conhecido por esse nome, em 1880 houve um surto de varíola em Guarabira e muitas pessoas resolveram migrar para Cuité, por esse motivo o povoado ficou mais movimentado, e, economicamente mais desenvolvido, principalmente o comércio que foi o mais favorecido. Mas passado o surto os comerciantes que estavam instalados em Cuité não queriam voltar a Guarabira, sendo assim foi necessário o uso da força para conseguir transferir a feira e os comerciantes para a sede do município, com o passar do tempo a Vila de Cuité como era também chamada teve seu nome mudado pelo decreto lei nº. 1.164 de quinze de novembro de 1938, Cuité passou então a denominar-se Cuitegi, o Gi teria sido acrescentado como uma homenagem há uma tribo que habitava a região.
Foram os indígenas, os primeiros habitantes da região, procedentes de Mamanguape e Araçagi, que subindo o rio, caminho natural, vinham explorando o mundo virgem e verdejante, a caça e pesca abundante, se detiveram neste local e construíram suas malocas, aquela gente nômade; mais para cima, situavam-se paredões de serras escarpas e altas com o rio no meio manso, partindo de suas cabeceiras, com suas águas copiosas, incontroláveis estradas pluviais, a cujas margens se plantaram se contraram cidades e construíram civilizações (Iracema, Apud Cleodon Coelho. p. 54. 2007). Nessa citação podemos observar o caminho percorrido pelos nativos e a construção da região, é interessante perceber que as cidades geralmente surgem pertos de rios, e acabam se desenvolvendo porque começam a cultivar uma agricultura de subsistência e até mesmo para comercialização, assim, também, como a criação de animais, bovinos, caprinos e outros que geralmente são comercializados em feiras livres.
Cuitegi manteve por algumas décadas uma economia voltada para a agricultura de subsistência, mas também houve um período em que o forte do município foi plantação da cana-de-açúcar e do sisal, essas fomentaram a região, a agave como também era chamada o sisal, proporcionou durante o século XX, um desenvolvimento significativo para a Paraíba, à procura por mudas era tão grande que não havia o bastante para atender a demanda, sendo assim as cidades mais favorecidas eram as maiores, neste contexto os municípios de Guarabira, Areia e Alagoa Grande eram mais favorecidos que os menores, entretanto não podemos generalizar a economia, é bom lembrar que durante o século XX havia também outros cultivos, não era uma monocultura voltada só para o sisal, ou para plantação da cana-de-açúcar, cultivava-se também o feijão, batata, macaxeira, inhame, havia também a criação de bovinos, e outros animais para corte, porém com uma economicamente o sisal e a cana-de-açúcar obtiveram um destaque maior entre essas outras citadas, em Cuitegi principalmente o sisal, que gerou empregos. O trabalho era braçal, as pessoas que cultivavam o sisal não tinham nenhuma proteção, havia todo um procedimentos para esse cultivo, preparava-se a terra, plantava-se, e, no período certo vinha o corte, tudo feito manualmente, e logo depois eram transportados por um cambiteiro, até o local determinado para o desfilamento. A agave não era cultivada só pelos grandes produtores, senhores de fazendas, os pequenos produtores também plantavam em suas terras essa cultura.
Houve um aumento na produção quando alguns produtores adquiriram máquinas desfiladeiras, a modernidade chega então a Cuitegi, a indústria da agave agora não é mais manual, mas até mesmo o que de moderno era para o distrito, já era antiquário pra as cidades maiores, e, as máquinas que chegaram já tinham sido usadas, eram de segunda mão, movidas a diesel.
No século XX surgem os fios sintéticos derivado do petróleo, apresentando melhor qualidade e preço mais baixo em relação ao produzido nas pequenas terras e fazendas, nesse momento há um declínio significativo na plantação do sisal e surge, então, o cultivo da cana-de-açúcar, as terras que plantavam a agave agora passam a cultivar a cana de açúcar, os bancos financiam os grandes produtores, os fazendeiros, mas os pequenos não são beneficiados nessa nova economia, e substituem a agave por outros culturas.
No dia 26 de dezembro de 1961 Cuitegi passa a ser cidade pela lei Estadual nº 2685, desmembrado-se nesse momento de Guarabira, nesse período o Governador do Estado era Pedro Moreno Gondim, até então foi nomeado um interventor para administrar a cidade até as eleições de 1962, nessa houveram dois nomes lançados ao pleito, o do senhor Antonio Paulino Filho e seu opositor Edson Cunha, o primeiro saiu vencedor, tornando-se o primeiro prefeito constitucional de Cuitegi que no momento do pleito contava com um eleitorado de 1.394, ainda nesse pleito elegeram-se os vereadores, Waldemar Farias, Luiz Guedes dos Santos, João Tiburcio da Silva, João Elias da Costa, Lindalva Tomaz Gomes, José Araújo de Medeiros e Galileu Pereira de Melo.
2. FESTA DE REIS 1960/70 ( SÉCULO XX )
A festa é a principal tradição da cidade onde todo ano no mês de janeiro é realizada com diversidades de comidas, bebidas e parques de diversões. A origem segundo Edando Alves conta-se que uma comunidade formada por mulatos e crioulos, oriunda do sítio Gameleira, em razão do cumprimento de uma promessa, todos os anos festejava esta data cristã, partindo de suas casas com batuques, estandartes e muitas flores, e o destino final era a igreja, local onde aconteciam as celebrações. A pós a celebração as pessoas iam se divertir, e apreciar as opções que a festa oferecia, uma delas era o pavilhão muito bonito e ornamentado garçonetes e bandas de musicas encantavam os participantes, os parques com sistema de som chamava a atenção dos que freqüentavam a festa, mandavam recado de amor pra suas namoradas ou quando se perdia alguém era anunciado, alguns parques manuseados manualmente sem a tecnologia que temos hoje e as crianças se divertiam com mais segurança, a tradição da festa fazia com quer viesse muitas pessoas das cidades vizinhas e os conterrâneos que moravam em outros estados também compareciam todos os ano.
A festa é inserida nas localidades rurais e urbanas como recompensa pela árdua vida de trabalho e lutas por melhores dias. Com ela vieram também os mais diversos interesses, tais como: políticos e teológicos, preocupados em manter as pessoas presas a determinados ideais ( FREITAS, apude. LE GOFF, 1976 ).
A diversão que a festa oferece gratuitamente faz com que famílias se desloquem de suas casas para ir a essas festas. As festas de tradição acontecem normalmente uma vez por ano e quando chega o dia, as cidades ficam muito movimentadas. A organização fica em alguns municípios por conta da igreja e em alguns por parte da prefeitura.
A história das festas por muito tempo ficou presa às aparências superficiais dos fatos. Os/as historiadores/as apegavam-se ao relato dos cortejos, uma imagem e arranjos políticos, deixando de buscar outros elementos que desmistificassem esse tema. As novas abordagens dadas ao tema permite-nos problematizar, reajustar e até mesmo rever seu universo, a fim de entender suas origens, suas estruturas e conceituá-la como locais de rituais, desejos e memórias ( FREITAS, apude. LE GOFF, 1976, p. 238 ).
Nesse sentido, de acordo com LE GOFF (1976, p. 217) não existe festa sem reminiscência. A festa traz o passado para o presente, manifestado pelas lembranças de quem construiu e conviveu com a história de um determinado evento festivo. Por tanto, a festa traz consigo uma série de saberes que a torna complexa, pois reúne elementos, como a esperança e as vivências cotidianas, momentâneas e celebrativas da felicidade.
Sabemos que as festas obedecem calendários criados que as identificam e as marcam em datas. Na antiguidade, os calendários seguiam os fenômenos naturais, como as fases da lua e estações do ano. A partir do século XVI, com o estabelecimento do calendário católico os festejos passaram a ser divididos de acordo com os seus preceitos. O calendário litúrgico separou a festa sagrada da profana ( FREITAS, apud. ITANI, 2003, p. 43 ).
A festa de Reis de Cuitegi é uma tradição que se repete há décadas, essa festa faz parte do calendário litúrgico da Igreja Católica comemorada nos dias 4, 5 e 6 de janeiro, sendo que essa data varia dependendo do dia de Reis 6 de janeiro. Todas as vezes que a Festa de Reis ocorre num dia de semana é transferida liturgicamente para o domingo posterior com missas sendo realizadas a tarde.
A memória como propriedade de conservar certas informações, remete nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças as quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas ( LE GOOF, 2003, p. 419 ). As lembranças dos moradores de Cuitegi, sobre a festa de Reis traz ao campo da historia através da oralidade as memórias de como era a festa nas décadas de 1960-1970.
O Senhor Manoel Leite morador do município há muitos anos foi prefeito nesse período e relata acontecimentos que vivenciou nestas décadas, em entrevista contou algumas fragmentos:
Agente fazia naquela época comissão pra fazer a festa e fazer o pavilhão coberto de palha e naquele tempo não tinha banda que tem hoje, é a gente implorava a cidade de Guarabira e o prefeito de Guarabira dava a banda, vinha a banda de Guarabira né, agente fazia um palanque sabe né isso no começo, e depois foi melhorando e apareceu as bandas. Existia muito também ainda naquela época ainda, baile né tinha dois três baile, tinha baile eu ainda dancei baile, a dificuldade era a cerveja porque tanto tinha pouca cerveja era difícil encontrar cerveja assim como também tinha que encomendar uma vez teve que encomendar gelo de Santa Rita, a festa naquela época era em beneficio da igreja,quase sempre nunca dava esses lucros porque tudo que agente tinha era comprado, hoje não, tem prefeitura dá tudo né ( LEITE, 2007 ).
O depoimento do Srº Manoel revela um período de festas que havia bailes de sanfona em que as pessoas que não participavam do pavilhão iam para esses bailes a fim de se divertir, as dificuldades de contratar uma banda por isso eles apelavam a Guarabira, naquela época não havia verba para fazer festa por isso era formada uma comissão que saia arrecadando dinheiro para fazer a festa, a Srº Mauricia que também vivenciou esse período conta detalhadamente alguns acontecimentos da festa, ela participou na época sendo garçonete do pavilhão central , segundo a entrevistada as moças mais bonitas da cidade eram escolhida e saiam pelas ruas acompanhadas pela orquestras que as deixavam no pavilhão, em entrevistada relata sobre a festa e disse o seguinte:
Era uma única noite de festa, esse negoço de três noites não sei nem quando foi que começou, mas era uma única noite, pela manhã era aquela salva, aqueles tiros, era uma alvorada na rua inteira a orquestra percorria a rua inteira de meio dia outra salva e outra rodada da orquestra, ai vinha quanto era o dia todo de festa. ( SILVA, 2007 ).
No seu depoimento, a Srª Mauricia, retrata uma única noite de festa, o que portanto as pessoas esperavam o ano todo por essa festa, já que era só uma noite, os fogos de artifícios que era uma era uma festa a parte, onde as pessoas iam ver essas salvas de fogos e certamente iam se divertir, aos sons das orquestras e dos bailes de sanfonas.
O pavilhão central era restrito, pois o acesso se fazei mediante o enegreço que se comprava e a reserva de uma mesa, portanto limitado a quem possuísse dinheiro para custear as despesas de consumo proveniente da festa, geralmente coberto de palha, o pavilhão era uma festa a parte pra pessoas que tinham mais condições na cidade. A Senhora Mauricia diz o seguinte: “O pavilhão era lindíssimo era grande aqui na rua coberto de palha bem feito muito decorado de papel tinha cordão encarnado e azul”. ( SILVA, 2007).
A ornamentação do pavilhão aguçavam a curiosidade do freqüentadores da festa, tanto os moradores locais, como os visitantes. O que os atraiam para os arredores do pavilhão a observar não só quem lá se acomodava mas também a decoração. A decoração do pavilhão tornava-se um atrativo nas noites de festa, muito mais importante do que os personagens que freqüentavam-no. (FREITAS, 2005, p. 27) Havia também no pavilhão as garçonetes que eram pessoas de bem da alta sociedade de Cuitegi, a interlocutora Maurícia, nos falou em entrevista da seguinte maneira:
As garçonetes também eram moças da sociedade de Cuitegi, naquele tempo as moças melhores que eram as garçonetes, se arrumavam eram trajes bonitos muitos elegantes e saiam lá de cima onde mora Inês os cabras vinham trazer as garçonetes acompanhados de orquestra dava a volta na rua, e ali acontecia a festa as mesas muito bacana só entravam pessoa selecionada, ali ocorria a festa. ( SILVA, 2007).
Havia também os leilões onde quem dava a oferta maior levava o objeto ou animal leiloado. Esses leilões eram também uma festa aparte pois as pessoas ficavam competindo em oferta disputando pra ver quem dava a oferta maior, e sobre os leilões, segundo a Srª Mauricia ocorria da seguinte maneira: “O leilão era garrote ainda me lembro tinha garrote, tinha cacho de banana e galinha assada,era isso.” ( SILVA, 2007 )
Uma atração que está sempre presente nos festejos populares, principalmente no que diz respeito às festas das cidades são os parques de diversão, os quais exercem e fazem a alegria da população jovem e principalmente das crianças e adolescentes. Os parques de diversão se constituem uma atração no universo das festas. Os mesmos apareceram nos festejos da Festa de Reis e foram evoluindo de acordo com o processo de institucionalização da festa e com desenvolvimento tecnológico, que passou a incorporar. Nos festejos do período estudado os parques se encontravam nas proximidades do pavilhão e da igreja matriz, ali frequentavam as famílias, os parques eram naquela época movido manualmente, ou com ajuda de motores adaptados.
A Srª Mauricia em entrevista nos falou o seguinte: “O parque era na rua principal, tinha serviço de som que naquela época quando tinha serviço de som, o parque trazia serviço de som, era aquela festa, oferecia musicas era gravação” ( SILVA, 2007).
Era uma época em que os parques tinham serviços de som e as pessoas que iam a festa, ofereciam musicas e até declarações de amor. O Srº Manoel em entrevista nos falou o seguinte a respeito dos parques:”A diversão era os parques, o parque naquele tempo era composto de canoa e roda-gigante”. (Manoel Leite, 81 anos, em 07-10-2007).
Os parques, mesmos simples e sem muita tecnologia, eram objetos de diversão, hoje eles se apresentam cheios de novidades, haja vista que vivemos em uma época onde o avanço tecnológico está presente por toda parte. No entanto, não fazem a alegria das crianças como fizera outrora, sobretudo, porque alguns brinquedos são perigosos e não apresentam segurança. No passado os parques eram limitados, rústicos, hoje a população conta com uma variedade de brinquedos, dos mais variados tipos e formas, e de acordo com o gosto e faixa etária das crianças e jovens que deles pretendam desfrutar. Com a evolução da tecnologia, os parques inovaram consideravelmente, sempre trazendo novidades a cada ano.
A construção da historiografia através da oralidade é de suma importância, pois a experiência de um sujeito com uma narrativa traz de volta o passado, não o passado completamente, pois é impossível recuperar, sempre ficam lacunas e outros historiadores podem explorar afim de conhecer mais um pouco de cada história, quando estamos entrevistando uma pessoa agente começa a vivenciar a época como se estivesse em determinado lugar o que nos deixa fascinados por querer sempre continuar a produzir a historiografia através da oralidade
DA REDAÇÃO COM PORTAL BREJO NEWS