Porto Príncipe, 28 dez (EFE).- Centenas de pessoas voltaram neste domingo a protestar nas ruas de Porto Príncipe, capital do Haiti, para pedir a renúncia do presidente do país, Michel Martelly, no meio da intensa crise política que obrigou a nomeação de um novo primeiro-ministro.
Os manifestantes se reuniram fora da igreja de San Juan Bosco e caminharam por várias ruas da capital escoltados pela Polícia Nacional, apesar de por enquanto não terem sido reportados incidentes violentos, segundo a imprensa local.
A atividade deste domingo faz parte de uma série de manifestações organizadas pela oposição para exigir a renúncia de Martelly, que na quinta-feira passada, dia do Natal, nomeou primeiro-ministro o membro da oposição moderada e ex-prefeito de Porto Príncipe Evans Paul a fim de formar um novo governo.
Os protestos continuarão, segundo o calendário de atividades, na próxima quarta e na próxima quinta-feira. No entanto, uma mobilização convocada para a última sexta-feira foi cancelada após a divulgação da nomeação de Paul, cuja designação deve ser ratificada pelo Congresso Nacional.
Evans Paul, da Confederação Unidade Democrática (KID), estava em uma lista de cinco candidatos para substituir o chefe de Gabinete anterior, Laurent Lamothe, que foi obrigado a deixar o cargo após a apresentação de um relatório por uma comissão de personalidades haitianas de diversos setores.
Tal comissão, da qual Paul era membro, foi designada por Martelly para buscar uma saída para a crise política do país agitada pela oposição, que exige nas ruas quase diariamente a renúncia do chefe de Estado e a realização de eleições.
Atualmente, quem vem exercendo temporariamente o cargo de primeira-ministra é a ministra de Saúde e População, Florence Duperval Guillame. Martelly a nomeou na semana passada por um período de 30 dias, uma semana depois que Lamothe renunciou.
O chefe de Estado terá que convocar nos próximos dias uma sessão extraordinária do parlamento para decidir sobre a ratificação do novo premiê.
As diferenças entre o Executivo e o Legislativo adiaram nos últimos anos as eleições municipais e legislativas, a última vez em 26 de outubro, sem uma nova data. O mandato do parlamento terminará em 12 de janeiro, coincidindo com o aniversário do devastador terremoto que castigou o país em 2010.