BRASÍLIA – 
Pressionado pela queda na arrecadação e pela necessidade de fechar o 
projeto de Orçamento de 2016 com superávit, o governo estuda a volta da 
CPMF. Ciente de que o tributo enfrenta grande resistência no Congresso, a
 equipe econômica estuda uma forma de torná-lo palatável e uma 
alternativa em discussão é a partilha com estados e municípios. Os 
técnicos avaliam que a volta da contribuição seria uma fonte importante 
de receitas num momento de dificuldades e ainda ajudaria no trabalho de 
controle e fiscalização da Receita Federal.
— A CPMF é um tributo muito eficiente, 
tanto do ponto de vista arrecadatório, quanto do ponto de vista de 
fiscalização — destacou um técnico do governo.
As discussões em torno do projeto de lei
 orçamentária de 2016, que será encaminhado ao Congresso na próxima 
segunda-feira, acentuaram as divergências no governo. De um lado, o 
Ministério da Fazenda defende que a proposta venha com um corte 
significativo nas despesas, tanto as discricionárias quanto os gastos 
obrigatórios, embora estes dependam de lei para serem cortados.
ALTERNATIVA É SUBIR IMPOSTO
Caso isso não ocorra, a equipe do 
ministro Joaquim Levy avalia que será preciso fazer um forte aumento de 
impostos. Do outro lado, os demais ministros reclamam da falta de 
recursos em 2015 e temem que cortes mais profundos em 2016 aprofundem a 
crise na economia.
No próximo ano, a meta de superávit 
primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) é de 
0,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos 
no país), bem maior que a de 0,15% de 2015, que dificilmente será 
cumprida.
Globo
