Fiscalização realizada na última quinta-feira (20) pela Promotoria do
Consumidor de Campina Grande, Polícia Militar e Companhia de Águas e
Esgoto da Paraíba (Cagepa) em propriedades às margens da adutora de
Boqueirão constatou furto de água em três delas e resultou na prisão de
três pessoas em flagrantes. As tubulações utilizadas no furto foram
apreendidas pela Cagepa e as pessoas presas foram encaminhadas para a
Delegacia de Boqueirão.
A fiscalização, realizada pelo promotor de Justiça José Leonardo
Clementino, o servidor da Promotoria Luciano Sodré, policiais militares e
técnicos da Cagepa, faz parte das ações do plano de contingenciamento
apresentado na última quarta-feira (19) pela Cagepa para reduzir as
perdas e desperdícios e estimular o uso racional de água nos 19
municípios e três distritos abastecidos pelo Açude Epitácio Pessoa
(também chamado de “Açude Boqueirão”).
De acordo com informações da Promotoria, as fiscalizações para
combater ligações clandestinas, inclusive em adutoras e subadutoras,
serão permanentes, com o propósito de conscientizar sobre o correto uso
da água.
Audiência
Na audiência realizada na quarta-feira, o diretor da Cagepa, José
Mota Victor, fez a explanação do plano de contingenciamento elaborado
pela companhia. O plano atua em duas frentes: combater o desperdício e
incentivar o uso racional de água na região.
O superintendente da Agência Nacional de Águas (ANA), Rodrigo Flecha,
destacou que o trabalho realizado pela agência está em sintonia com o
que foi encaminhado pela Cagepa. Ele citou ainda a possibilidade de
incentivos econômicos e tarifários, a exemplo da Tarifação e da
Bonificação, de acordo com o consumo, aliando a fixação de metas.
Já o professor da UFCG, Janiro Costa, membro da Comissão de
Assessoramento do Ministério Público, ressaltou a importância das
medidas anunciadas pela Cagepa, em especial o combate ao desvio ilegal
da água em adutoras e a fiscalização da irrigação com as águas do
Epitácio Pessoa.
Para o presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa-PB),
João vicente Machado, as medidas são necessárias e profícuas para
garantir a segurança hídrica dos consumidores de Campina Grande e
região.
Ações
O plano de contingenciamento prevê 13 ações. Já a partir do próximo
mês, a Cagepa deve adquirir, instalar e substituir hidrômetros parados,
quebrados, sem condições de leitura ou com mais de cinco anos instalados
na rede para aumentar o índice de hidrometração efetiva das ligações
domiciliares e reduzir as perdas não aparentes por ausência ou
submedição de hidrômetros.
Serão desenvolvidas ações de fiscalização para reduzir e combater as
perdas não aparentes. Serão fiscalizadas as águas cortadas (para
identificar os ramais ligados irregularmente) e irregularidades para
combater ligações clandestinas, inclusive em adutoras e subadutoras.
Também serão providenciados os cortes de todos os ramais com débito
superior a dois meses.
A Cagepa também vai adotar medidas para combater vazamentos, como a
redução do tempo entre a comunicação e o início dos consertos em
adutoras, redes e ramais para evitar o desperdício de água. Também serão
utilizados equipamentos específicos para localizar e consertar, com o
acompanhamento do Centro de Controle Operacional, vazamentos
imperceptíveis nas vazões noturnas de saída dos reservatórios.
Além da utilização de válvulas redutoras de pressão na rede de
distribuição e da aquisição e instalação de medidores de vazão para
atingir todos os volumes distribuídos nas localidades e eliminar a
possibilidade de perdas físicas de água provocadas por extravasamentos
em reservatórios.
Outras medidas que vão ser adotadas pela companhia são a resolução
das medidas jurídicas para reativar o faturamento no município de
Pocinhos, que está sendo abastecido em dias alternados.
Para evitar o desperdício de água por parte da população, o plano de
contingência pretende, além de promover uma campanha de mídia para
conscientizar os paraibanos sobre a importância do uso racional da água,
estimular as pessoas a adotarem metas mensais para reduzir em 20% a
quantidade de água consumida. Para isso, as contas dos usuários deverão
informar a meta de quantidade de metros cúbicos que deverão ser
consumidos.