A Coligação A Força do Trabalho,
liderada pelo PSB, que tem Ricardo Coutinho como candidato à reeleição,
emitiu nota à imprensa nesta sexta-feira (25), reafirmando denúncia de
compra de prefeito por parte da coligação liderada pelo PSDB, que tem
Cássio Cunha Lima como candidato a governador. No texto, a coligação
cobra explicações públicas e chama atenção para histórico de campanhas
que os tucanos já participaram.
Nota Oficial
A Coligação A Força do Trabalho vem a
público reafirmar a perplexidade, a indignação e a preocupação com as
evidências, registradas nítida e abertamente em conversa telefônica, da
existência de um inaceitável esquema de compra de agentes políticos nas
eleições deste ano na Paraíba, já tão violentada com práticas
semelhantes em campanhas passadas.
A gravação de uma conversa com o
prefeito Cícero Francisco, de Caiçara, deixando claro que esperava muito
mais do que amizade ao prometer adesão ao grupo do candidato do PSDB, é
o mapa, por enquanto, mais bem desenhado daquilo que está a acontecer
no submundo da política que alguns tantos praticam neste estado.
Conversa essa que o próprio prefeito
não teve coragem de vir a público para dizer que não travou. E que a
assessoria jurídica da coligação do candidato do PSDB, cuja ficha já
exige atenção, não conseguiu confrontar de frente, preferindo
esconder-se por trás da forma por medo e incapacidade absoluta de
enfrentar o conteúdo.
O mundo jurídico sabe que a primeira
artimanha de um advogado diante de um crime consumado é tentar
desqualificar as provas, fazendo com que a atenção ao objeto principal
seja desviada. Mas nem o povo nem a Justiça da Paraíba são ingênuos e
manipuláveis ao ponto de engolir qualquer resposta.
A cronologia dos fatos sugerem que
elas sejam dadas de forma clara. Líder do governo na Assembleia
Legislativa, o deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) recebeu no dia
18 inúmeras informações de cidadãos de Caiçara informando que o prefeito
havia “se vendido para Cássio”.
No dia 21, em encontro casual, o
deputado comunica o fato para o jornalista Sales Dantas, que resolveu
investigar o caso. O prefeito, diante da abordagem de Sales Dantas, que
se apresentou como pessoa ligada ao senador Cássio Cunha Lima adotando
nome fictício, revelou, de forma clara e objetiva, que ele, o vice e
mais quatro vereadores estavam se vendendo e querendo marcar encontro
com o senador para bater a foto. Vinte e quatro horas depois, o prefeito
Cícero Francisco aparece ao lado de Cássio Cunha Lima confirmando a
adesão, cena fartamente registrada pela mídia.
O que se vai querer saber é por que o
senhor Cícero Francisco assentiu positivamente, como se pode
identificar na conversa, ao recebimento de valores entre 200 e 600 mil
reais, em favor da adesão política ao grupo do candidato de ficha
questionável. O que se vai querer saber é por que o senhor Cícero
Francisco deixou transparecer que estava tratando de um acordo
financeiro previamente combinado com os personagens citados na conversa.
É isso que incomoda aqueles que já
tiveram que deixar o mandato sob a condenação de abuso do poder político
e econômico. Obrigando-os a escalar representantes da mídia tucana para
atacar covarde e violentamente as figuras que se dispuseram, ao lado
dos advogados, de cara e peito abertos, a combater essa chaga, a exemplo
dos radialistas Célio Alves, atual coordenador geral da campanha
Coligação A Força do Trabalho, e Sales Dantas, este último responsável
por flagrar aquilo que estava a ocorrer sob a escuridão.
A ambos a solidariedade do eleitor
paraibano que não quer ver agentes políticos vendendo o voto do cidadão
como se fosse mercadoria privada, garroteados pela força da grana
daqueles para quem a “vontade do povo” deve ser comprada, e não
conquistada pela força do trabalho. E a certeza alentadora de que a
Polícia Federal, o Ministério Público Eleitoral e a Justiça deste Estado
não permitirão que as eleições deste ano na Paraíba se transformem num
grande feirão, onde o povo, lamentavelmente, não tem o direito de entrar
pra escolher.
Por Portal 25 horas