O governador Ricardo Coutinho, mais uma vez, foi o primeiro a falar
no Encontro de Governadores do Nordeste, que acontece em no Gran Hotel
Arrey, em Teresina (PI). Seu pronunciamento foi centrado em dois temas:
Ciência e Tecnologia e Segurança Pública. O quarto fórum promovido pelos
atuais gestores dos nove estados nordestinos conta com a participação
de quatro ministros de Estado.
Em sua fala, Ricardo cobrou claramente a criação de linhas de
financiamento para projetos na área da inovação científica e
tecnológica. E destacou que o Nordeste precisa de recursos federais para
se investir em projetos de energia solar. “Não é coisa de outro mundo”,
destacou, lembrando de projeto executado na Paraíba vencedor de prêmio
nacional que barateia custo da energia elétrica em casas com tecnologia
de energia fotovoltaica.
Na Segurança Pública, o governador paraibano lamentou o crescimento
de número de homicídios no Brasil e reforçou a cobrança de medidas
urgentes por parte do Governo federal. “A União precisa se adequar a
essa situação”, disse, defendendo a criação de uma estrutural
ministerial no Governo federal para pensar e executar as ações no
combate à criminalidade. “Porque a criminalidade hoje é nacional. Não se
reduz isso cada estado sozinho”, observou.
Ricardo defendeu ainda a federalização dos presídios para que eles
passem para as mãos do governo federal. “Não cabe para os estados,
estamos sobrecarregados”. E cobrou também ações para combate ao crack,
criticando ainda o fato de que do convênio firmado sobre o tema há três
anos só veio um ônibus.
Entrevistas – Na entrevista que concedeu à imprensa
antes de começar o encontro, o governador Ricardo Coutinho destacou que
o Nordeste precisa e está aprendendo a falar uma linguagem única. “O
pensamento nosso, desde o primeiro encontro, tem sido exatamente
construir uma identidade para a região e uma ação conjunta”,
pontuou.
De acordo com o governador paraibano, isto não se faz numa única
reunião, mas acredita que hoje o Nordeste tem um fórum mais organizado
de governadores do Brasil. “Nós temos uma agenda permanente de reuniões,
estamos pautando questões regionais e estamos conseguindo dialogar com o
restante do país, a partir de uma região de 50 milhões de habitantes e
que em uma década – 2002 a 2012 – conseguiu crescer 27% acima do PIB do
país, por isso precisa ser vista não como um problema, mas como uma
solução”, disse.
Sobre segurança pública, Ricardo avalia que o governo federal
necessita olhar e reconhecer que é uma região que precisa de uma
experiência comum na área de segurança pública. “O Nordeste em 2002 era
responsável por 22% das mortes violentas no país e hoje somos
responsáveis por 37%. É fundamental se pensar na criação de ministério
que cuide da segurança pública”.
Na defesa do desenvolvimento da região, Ricardo Coutinho ressaltou
que é preciso garantir a estabilidade. “O Nordeste tem que ter
políticas de médio e de longo prazos, não pode ficar em torno de uma
obra aqui outra acolá. Nós queremos integrar essa região e isto se faz
com ciência e tecnologia, com boas práticas de governança, com política
pública nacional para a área de segurança”, destacou.