Prefeito Jeová José |
A situação financeira de muitas prefeituras paraibanas tem forçado os gestores a tomarem medidas amargas, com cortes de gastos, reduções de salários e até demissões de servidores. Os ajustes se dão por conta da queda dos repasses do governo federal e objetivam garantir o pagamento do 13º salário deste ano. A previsão dos prefeitos, caso o atual cenário não mude, é preocupante e pode desencadear uma ‘quebradeira’ dos municípios.
Na próxima segunda-feira (23), o prefeito Jeová José de
Alagoinha estará na Federação das
Associações de Municípios da Paraíba (Famup) que realizará encontro com
prefeitos paraibanos, no auditório do Centro Cultural Ariano Suassuna, no
Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), para tentar sensibilizar o governo
federal a rever os repasses feitos para os municípios. De acordo com o
presidente da entidade, Tota Guedes, até agora cerca de 150 gestores já
confirmaram presença no evento.
Na cidade de Alagoinha, o prefeito Jeová José, disse que
apesar das dificuldades o município goza de um equilíbrio financeiro e só
contrai despesas que pode arcar.
“No início, planejamos os nossos gastos, não contratamos
muita gente para chegar a esse equilíbrio financeiro e pagar nossos
compromissos em dia. Essa postura rende algumas insatisfações, o pessoal até me
chama de amarrado, mas só fazemos aquilo que o município tem condições para que
os serviços essenciais não sejam paralisados”, comentou.
Jeová garantiu pagar a folha até o fim de dezembro, como tem
acontecido com a folha mensalmente inclusive a 2ª parte do 13º salário.
O prefeito Jeová demonstrou preocupação com a queda nos
repasses federais e lembrou que no seu município os problemas se agravam por
conta da longa estiagem dos últimos seis anos. “O governo tem que repensar a
forma de distribuir os recursos, pois é aos municípios que as pessoas
recorrem”, disse.
À espera de soluções
Presidente (FAMUP) Tota Guedes |
Tota Guedes disse que os municípios reivindicam uma
reformulação no repasse dos recursos, que hoje se concentra em sua grande
maioria nas ‘mãos’ do governo federal. Segundo ele, um documento, com as
assinaturas dos prefeitos e dos membros da bancada, será levado ao presidente
Michel Temer, para solicitar a ajuda do governo federal. Estamos solicitando
uma ajuda para os municípios, pois esse ano, os prefeitos tinham uma
expectativa em relação à repatriação deste ano, que acabou sendo frustrada.
Para se ter uma ideia, município que recebeu R$ 800 mil no fim do ano passado,
só recebeu pouco mais de R$ 40 mil agora em 2017”, afirmou.
Tota lembrou que a ajuda que os prefeitos esperam não
prosperar, os municípios enfrentarão problemas ainda mais sérios, chegando ao
colapso. De acordo com ele, atualmente 60% dos municípios paraibanos possuem
algum tipo de pendência financeira. “Os municípios não queriam estar nessa
situação, de estar pedindo apoio, com o pires na mão. Se não houver uma mudança,
quem vai sofrer é a população com esses cortes nos programas sociais”,
comentou.
Assessoria
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