Secretário de Saúde do Estado, Waldson de Sousa, foi sabatinado por deputados na ALPB.
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta
quinta-feira (11), no Plenário José Mariz, uma sessão especial com a
participação do secretário estadual de Saúde, Waldson de Sousa, para
prestar contas sobre ações e denúncias envolvendo a Secretaria de Estado
da Saúde. A propositura foi dos deputados José Aldemir (PEN) e Aníbal
Marcolino (PEN).
Na oportunidade, Waldson apresentou o relatório anual de gestão da
pasta referente ao exercício de 2012 e destacou que de 2011 para 2012 o
orçamento da secretaria aumentou de R$ 910 milhões para um pouco mais R$
1 bilhão, graças aos esforços e organização da atual administração. O
secretário ressaltou também que o Estado investe mais de R$ 38 milhões
em obras em andamento, algumas em fase final de execução, para a
construção e reforma de hospitais regionais. Ele ainda acrescentou que
todos os dados da pasta estão disponíveis para verificação dos deputados
e toda a população por meio do SARGSUS (Sistema de Apoio ao Relatório
de Gestão).
Após o balanço de Waldson, alguns deputados fizeram uso da palavra. O
primeiro deles foi Aníbal Marcolino, que denunciou “falta de
medicamentos de uso controlado no Cedemex, caos nos hospitais regionais
de Patos, Itabaiana, Itapororoca, Patos, Guarabira, e colapso nas UTIs
do Arlinda Marques, no Clementino, ambos em João Pessoa, falta de
anestesistas, funcionários em vários hospitais e cobrou explicações do
secretário. “Para se ter uma idéia da falta de medicamentos, só em dois
dias foram movidas mais de 60 ações contra o secretário”, completou.
Aníbal também denunciou um suposto esquema fraudulento no Hospital de
Emergência e Trauma de João Pessoa, que é administrado pela Cruz
Vermelha. Segundo Aníbal, Daniel Gomes da Silva, dono das empresas que
atua no Trauma, responde processos nos estados do Rio de Janeiro, Rio
Grande do Norte, Rio Grande Sul e Goiás. O deputado ainda disse que é
preciso se investigar o fato do tio de Daniel, Jayme Gomes, da empresa
Toesa, ter doado R$ 300 mil reais para a campanha do governador Ricardo
Coutinho (PSB) em 2010. Aníbal acrescentou que as empresas de Daniel
seriam acusadas de irregularidades e mesmo assim ele gerencia R$ 8
milhões no Trauma. “Isto precisa ser investigado”, defendeu.
Waldson respondeu Aníbal e disse que o Estado tinha renovado contrato
com cooperativas, portanto não existia caos nos hospitais. Com relação à
suposta fraude na gestão do Trauma, cobrou que o deputado provasse a
denúncia.
Já o deputado Gervásio Maia disse que são mais “de dois anos de
governo e o básico nos hospitais regionais da Paraíba não funciona”.
Trocolli Junior, por sua vez, e também denunciou a falta de medicamentos
excepcionais, “caos” nos hospitais de Itabaiana e Itapororoca. Segundo
ele, em Itabaina falta lençóis, toalhas, material de limpeza no
hospital. Ele cobrou ainda ações da secretaria estadual de saúde para se
recuperar dependentes químicos. “Hoje 80% dos crimes tem co-relação com
o consumo de drogas, especificamente, o crack e não contabilizo nenhuma
ação efetiva da secretaria de saúde na recuperação de dependentes
químicos”, disse Trocolli.
O deputado Hervázio Bezerra, líder do governo na ALPB, defendeu o
secretário Waldson afirmando que a sessão é a oportunidade para se fazer
um grande debate para a melhoria da saúde do Estado. "O problema de
saúde está em todo o país. A coisa é simples, pois o problema está no
financiamento do setor. Precisamos nos unir para procurar soluções para a
melhoria da qualidade de vida do povo paraibano", defendeu.
Por Jean Ganso,com JP