Os cardeais reunidos na Capela Sistina, no Vaticano, não conseguiram
eleger o novo Papa nas duas eleições da manhã desta quarta-feira (13),
segundo dia do conclave, na Capela Sistina. Outras duas votações estão
marcadas para o período da tarde, após o almoço dos 115 cardeais
eleitores na Casa de Santa Marta.
A fumaça preta se ergueu da chaminé da Capela Sistina, onde ocorre a
reunião secreta dos cardeais, por volta das 11h40 locais (7h40 de
Brasília), indicando que nenhum participante obteve a maioria de dois
terços dos votos necessária para eleger o novo pontífice.
Mais duas votações devem ocorrer à tarde, após o almoço, e a
expectativa é que nova “fumaça” se erga por volta das 19h locais (15h de
Brasília).
Na única votação da véspera, também não houve nenhum cardeal com mais de 77 dos 115 votos possíveis.
Segundo os vaticanistas, a primeira votação serve para “colocar os
nomes na mesa” e definir quais os cardeais que estão realmente na
disputa.
Há oito anos, o agora Papa Emérito Bento XVI foi eleito no segundo dia do conclave, após a primeira votação da tarde.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que é
“normal” o fato de as três eleições não terem tido resultado ainda.
Renúncia
A eleição do novo pontífice ocorre após a surpreendente renúncia de
Bento XVI, anunciada em 11 de fevereiro e efetivada em 28 de fevereiro, e
que criou uma situação praticamente inédita para a Igreja moderna, em
que dois pontífices, um atuante e outro “aposentado”, devem coabitar o
Vaticano, a poucos metros um do outro.
O alemão Josef Ratzinger deixou o cargo após oito anos de um pontificado marcado por crises e divisões internas.
Ele deixa para seu sucessor desafios como os escândalos relativos aos
casos de pedofilia no clero de vários países, as disputas internas na
Cúria Romana e a expansão do secularismo e de religiões concorrentes.
O padre Lombardi afirmou que Bento XVI, que repousa na residência
papal de Castel Gandolfo, está acompanhando pela imprensa os passos do
conclave.
Favoritos
O cardeal brasileiro Dom Odilo Pedro Scherer é citado, pela imprensa e
por analistas, como um dos cotados para ser o novo Papa, ao lado do
italiano Angelo Scola, mas a previsão é de a eleição difícil, sem
favorito absoluto.
A imprensa italiana especulou que Scola, na primeira votação, teria
tido cerca de 50 votos, ficando imediatamente à frente do brasileiro.
Cardeais ouvidos pela agência Reuters nesta terça afirmaram que a decisão poderia levar cerca de 5 dias.
Segundo informou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano,
pouco depois de fecharem as portas da capela, os cardeais que entraram
na Capela Sistina para eleger o novo Papa estão “em muito boa forma”.
Por Jean Ganso, Com Focando a Noticia