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O texto que segue é baseado na opinião de quem já conta mais três anos na labuta e tenta enxergar o que se passou tempos atrás.

O governador Ricardo Coutinho (PSB), quando se viu pressionado pelas greves e paralisações de profissionais da segurança pública da Paraíba, disse que “este será o melhor governo para a segurança que o estado já teve”. 

Nesses 15 meses de governo, sua gestão concedeu fardamento e coturnos de boa qualidade, viaturas, armamentos e até uma gratificação (e não salário) razoável no contracheque dos funcionários, se comparada com governos anteriores. Mas ainda é muito cedo para dizer que ele já é o que prometeu ser.

Porém, em se tratando de sistema prisional – e com base na opinião geral dos funcionários do setor no estado –, podemos arriscar dizer que este tem sido o melhor governo dos últimos passados. A verdade tem que ser dita.

Quem trabalha no sistema penitenciário paraibano tem uma boa noção das mudanças que vêm acontecendo na área. Uma das principais reivindicações da categoria era a nomeação de agentes do quadro nos cargos de direção dos presídios. E o pleito está sendo atendido numa velocidade relativamente plausível.

Outro pedido: a criação de um grupo oficial de intervenção e escolta. Para um comerciário ou cobrador de ônibus que eventualmente ler este texto agora, o pedido pode parecer uma bobagem. Mas para quem escolta presos perigosos todos os dias, a iniciativa significa VIDAS!

Desejo atendido. O Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (GPOE) foi criado e treinado por agentes penitenciários federais. Possui escudos, coletes, capacetes, pistolas e outros apetrechos ‘impossíveis’ até então no sistema prisional paraibano.

A equipe é sediada em João Pessoa, mas a Secretaria da Administração Penitenciária (Seap) já está convocando os interessados para a formação de um segundo grupo, que vai contemplar agora os presídios do interior. O treinamento será realizado em Patos.  

Esta semana, o secretário Harrison Targino anunciou a confecção e entrega de uma carteira funcional mais... ‘profissional’, digamos assim, aos agentes da pasta. Era outro reclame da categoria. Outra vez atendido.

Há ainda outras ações, estas na esfera da ressocialização de apenados, que, se forem mesmo do interesse dos presos, até que pode surgir uma luz no fim do túnel. Se os detentos não souberem aproveitar, paciência. ‘Querer’ é o primeiro grande requisito para a mudança de rumo.

Saída

Nesta quarta-feira (4), os portais de notícias do estado anunciaram a saída de Harrison Targino da pasta. Ele teria dito, antes de assumir o posto, que passaria apenas um ano à frente da Seap. Seu objetivo mesmo é se dedicar à advocacia.

Ou seja, Harrison já tinha a pretensão de passar pouco tempo assumindo o pior ambiente possível para se trabalhar. Um mundo esquecido há décadas não só pelos governos, mas pela própria sociedade. Poderia ter deixado o tempo passar e fazer ouvidos de mercador aos pedidos dos agentes, mencionados acima. Fez justamente o contrário. 

Quando a coisa não anda, é do secretário que reclamamos primeiro. Quando o assessor direto de um governo faz (ou pelo menos ‘tenta fazer’) o melhor, nada mais justo do que reconhecermos o mérito.

A estrada é longa e há muito o que melhorar ainda entre os muros e grades. Não tenhamos dúvidas disso. Mas se a segurança pública fosse apenas o sistema prisional, poderíamos dizer que em 15 meses o atual governo já estava muito perto de cumprir o que prometera.

Que venha o próximo titular da Seap.

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Pois é se o senhor Harrison Targino assumir a educação do estado, e fazer o que fez pelo sistema prisional, se preparem teremos mais um bocado de analfabeto na Paraíba.

Por Jean Ganso,com Paraiba em Qap
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